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BRASIL

Ex-mulher de Bolsonaro não comparece à depoimento sobre Jair Renan

Publicado em

Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro
Reprodução/Dia a Dia Notícia 11.03.2022

Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro

A ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro Ana Cristina Valle foi intimada pela Polícia Federal para prestar depoimento na semana passada. Sem dar qualquer justificativa, porém, ela não compareceu.

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O depoimento ocorreria no inquérito aberto para apurar suposta prática de tráfico de influência por parte de Jair Renan Bolsonaro, filho dela com o presidente, conhecido como “Zero Quatro”. A PF investiga se ele intermediou contatos de empresários com integrantes do governo federal em troca da captação de doações para a montagem de sua empresa de eventos. Procurada, Ana Cristina informou por meio de sua assessoria de imprensa que não iria se manifestar.

Normalmente, em casos como esse, a PF volta a notificar o investigado que ele preste depoimento. Após a ausência de Ana Cristina Valle, a PF expediu nova intimação para agendar uma outra data para ouvi-la.

O Código de Processo Penal previa a possibilidade de aplicação da condução coercitiva caso um investigado seja intimado e não compareça a um interrogatório, mas esse instrumento foi barrado por um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) realizado em 2018.

A PF decidiu ouvir a mãe do Zero Quatro depois que ela foi citada em depoimentos de empresários. Parte deles sustenta que Ana Cristina manteve contatos com os potenciais patrocinadores da empresa de Jair Renan. A investigação busca saber se ela também atuou para abrir portas do governo federal para o setor privado.

Doação de R$ 9,5 mil

O GLOBO revelou, em abril, que a PF obteve mensagens indicando que uma arquiteta contratada para fazer o projeto de reforma de uma sala comercial usada por Jair Renan pediu a ele ajuda para intermediar um encontro de empresários do Espírito Santo com o presidente da República. Imagens anexadas ao inquéritos mostram que o tal empresário foi recebido por Bolsonaro.

As mensagens obtidas pela PF expõem como um representante de Jair Renan – um personal trainer ligado ao Zero Quatro – buscou doações de empresários para financiar a montagem da sala comercial que ele usaria. Um dos que contribuiu foi Luís Felipe Belmonte. Empresário com acesso a Bolsonaro, ele admitiu em depoimento à PF ter pagado R$ 9,5 mil pelos serviços da arquiteta na reforma da sala. Belmonte tem ligações políticas. Ele era um dos escalados para botar de pé o partido Aliança pelo Brasil, sigla ao qual Bolsonaro se filiaria, mas que não saiu do papel.

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Belmonte disse, no seu depoimento, que nunca pediu benefícios no governo federal nem nenhum favor a Jair Renan.

Sempre que procurado, Jair Renan tem negado as acusações de tráfico de influência. Ele afirmou à PF que seu nome foi usado indevidamente por terceiros.

Além desse inquérito, Ana Cristina Valle ainda é alvo de investigação pelo Ministério Público do Rio no caso das rachadinhas no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro e chegou a ter o sigilo quebrado naquele caso, por suspeita de participação no desvio de salários de assessores do gabinete.

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Fonte: IG Nacional

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