BRASIL
Mãe do menino Henry é acusada de praticar ‘atos libidinosos’ na cadeia
Seis detentas que estiveram presas com Monique Medeiros no Instituto Penal Oscar Stevenson , presídio em Benfica, na Zona Norte do Rio, disseram, em depoimento, que ela própria contou ter tido “atos libidinosos” com um advogado dentro do parlatório da cadeia, onde há portas e não existem câmeras de vigilância. No local, um vidro separava a detenta do defensor.
Segundo as depoentes, durante uma visita à penitenciária, um dos profissionais que defendem Monique teria se masturbado enquanto ela exibia os seios. As informações foram divulgadas pelo g1 e confirmadas pelo GLOBO com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ), que afirmou que abriu um procedimento administrativo, que tramita em caráter restrito, para investigar os relatos. Secretário da pasta, Fernando Veloso garantiu que “o caso será apurado com o rigor necessário”.
“São condutas graves, que foram narradas pelas próprias internas” declarou ao GLOBO. — Chamo a atenção para a complexidade que é a vida dentro do sistema penitenciário. É responsabilidade do poder público, através da polícia penal, assegurar todos os direitos dos internos, mas não conseguimos fazer isso sozinhos. Precisamos do apoio da sociedade. Em geral, 7 em cada 10 detentas são abandonadas por suas famílias. Não é o caso da Monique, mas as mulheres, via de regra, dependendo do perfil, não recebem, sequer, uma visita. E esse é um papel que não cabe ao Estado.
Uma das mulheres que narram o suposto ato entre Monique e um advogado, de acordo com o g1, é Fernanda de Almeida, a “Fernanda Bumbum”, presa por planejar a morte de rival de procedimento estético. Em depoimento, Fernanda disse que Monique teria usado “roupas inadequadas” na visita de um advogado e que, segundo Monique, o profissional era “apaixonado por ela” e faria de tudo para tirá-la da cadeia.
As outras que relataram o caso, segundo o g1, são: Elaine Pereira Figueiredo Lessa (mulher do PM reformado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, ela está presa por tráfico internacional de armas); Karina Lepri Franco, dentista que orquestrou, junto com o amante miliciano, a morte do marido, um diretor da Shell; Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira, síndica de prédio na Barra da Tijuca que tramou, ao lado do amante, a morte do vizinho; Bruna Adrielly Correia Carlos, presa na Rodovia Presidente Dutra com 750 quilos de maconha; e Cintia Gomes de Oliveira, detida por adulteração de placa de veículo e corrupção ativa.
Todas, diz a matéria do g1, confirmaram a versão de Fernanda. Bruna contou que o fato foi narrado durante uma discussão entre Monique e Fernanda. As demais disseram que a revelação do caso ocorreu no convívio entre as presas.
Se houver punição, a infração será anotada na ficha de Monique, o que prejudicaria o índice de comportamento da detenta e uma possível progressão de regime, por exemplo. Em relação ao advogado, a Seap disse ao g1 que oficiou a Ordem dos Advogados do Brasil sobre a denúncia.
Caso Henry
A professora Monique Medeiros da Costa e Silva e o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, são acusados de matar o menino Henry Borel, de 4 anos, filho dela e enteado dele. Prestes a completar um ano, o caso ocorreu na madrugada do dia 8 de março de 2021, quando . A causa da morte foi hemorragia e laceração do fígado por ação contundente. Os dois são réus por tortura, homicídio triplamente qualificado, além de fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica.