BRASIL
Ministro aposentado do STF, Joaquim Barbosa diz que está ‘livre, solto’ após desfiliação do PSB
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa informou ter pedido sua desfiliação do PSB, partido do qual foi membro por quase quatro anos, e disse não ter outra legenda em vista, apesar de reconhecer que “há conversas” sobre sua participação na política. “Não tenho plano B. Estou livre, estou solto”, afirmou, em entrevista à colunista Daniela Pinheiro, do UOL.
“O partido que poderia me ter nunca se interessou em me lançar candidato”, completou. Barbosa, que esteve à frente dos inquéritos relacionados ao mensalão, chegou a ser cotado à disputa presidencial de 2018, quando teve até 10% das intenções de voto em pesquisas prévias ao pleito daquele ano, superando políticos tradicionais como o tucano Geraldo Alckmin, que tinha entre 7% e 8%. Na ocasião, o presidente do partido, Carlos Siqueira, disse considerar a possibilidade de lançar o nome do jurista na disputa, mas Barbosa decidiu não concorrer por questões “estritamente pessoais”.
Perguntado pela colunista se pretende se candidatar nesta eleição, Barbosa disse se sentir reticente em relação à política e que “a princípio” não pensa em concorrer a cargos eletivos.
Relator do mensalão, esquema de compra de votos, caixa 2 e pagamento de propinas revelado pelo ex-deputado Roberto Jefferson no governo Lula, o também ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se encontrou com Sérgio Moro em janeiro deste ano. O ex-juiz tentou atrair Barbosa para o Podemos, sem sucesso, na tentativa de criar uma “bancada da Lava Jato”.
Para Barbosa, Moro se precipitou e “saiu muito cedo” da área jurídica. “Está apanhando adoidado”, afirmou.
O ex-ministro do Supremo argumentou ainda que a proposta de uma chapa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin é uma “jogada de mestre”, mas que o PT não pode comemorar antes da hora: “Esse jogo está longe de estar definido, como os analistas estão dizendo. Tem que observar, ver o que vai acontecer ainda. É preciso esperar o começo da campanha de verdade”.