BRASIL
Temer diz ter sido procurado por ‘pessoa elegante ligada a Lula’ e confirma que parte do MDB quer apoiar o PT na eleição
O ex-presidente Michel Temer (MDB), que chegou ao poder após o golpe de 2016, disse nesta quinta-feira 13 que foi procurado por “uma pessoa muito elegante” ligada ao ex-presidente Lula (PT) nos últimos meses. Também admitiu que uma parcela do MDB deseja apoiar o petista nas eleições presidenciais deste ano.
O MDB lançou oficialmente, em dezembro de 2021, a pré-candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República. Na mais recente pesquisa Quaest/Genial, divulgada na última quarta-feira 12, ela aparece com 1% das intenções de voto. Lula está na liderança do levantamento, que sugere a possibilidade de triunfo do petista já no 1º turno.
“Em dado momento, fui procurado por uma pessoa muito elegante ligada a ele [Lula] e eu disse: ‘Olha, eu compreendo o presidente Lula’. Porque nós temos quilometragem na vida pública. Ele me procurou dois ou três dias depois que o ex-presidente fez um discurso em um sindicato”, disse Temer nesta quinta, em entrevista à CNN Brasil.
“E eu sinto que ele falou para a base dele, dizendo que ‘o Temer e o Bolsonaro destruíram o País’. Eu compreendo o presidente Lula. Ele não disse para mim, mas para a base dele. Mas, evidentemente, neste momento nós vamos conversar, como conversei no passado”, acrescentou.
Temer ainda declarou que “conversar é o que tipifica a democracia” e que, “ao dialogar, se você tiver responsabilidade com o País, pode até tentar influenciar”.
Ao declarar que a candidatura de Simone Tebet “pode prosperar de maneira a reunificar o MDB”, o ex-presidente ponderou que o partido é formado por “muitas tendências”, e uma delas defende o apoio a Lula já no 1º turno das eleições.
“Há uma tendência muito natural, especialmente em eminentes nomes no Nordeste, que estão muito ligados ao eleitorado local. E o eleitorado local, muitas vezes, faz com que eles sejam conduzidos a uma candidatura ‘A’ ou ‘B’, no caso, a candidatura do ex-presidente Lula. Mas ainda faltam 9 meses”, finalizou.
CartaCapital procurou a assessoria de imprensa do ex-presidente Lula, que preferiu não comentar as declarações de Temer.
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