CIDADES
Acre: Brasileia lidera ranking de cidades mais violentas
Apesar da queda geral na taxa de homicídios no Acre, a 3ª edição do Cartografias da Violência na Amazônia, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto Mãe Crioula (IMC), revela um cenário preocupante: a cidade de Brasileia, localizada na fronteira com a Bolívia, é apontada como a mais violenta do estado, com uma taxa média de 57,9 mortes violentas intencionais (MVI) por 100 mil habitantes entre 2021 e 2023.
A localização estratégica de Brasileia, numa rota crucial para crimes transnacionais, contribui para o aumento da criminalidade. O estudo destaca a influência do tráfico de drogas e armas, além da presença de facções criminosas que disputam o controle da região.
A violência em Brasileia se torna ainda mais preocupante quando comparada com outras cidades do Acre. Assis Brasil, também na fronteira com a Bolívia e o Peru, ocupa a segunda posição no ranking, com uma taxa média de 49,6 MVI por 100 mil habitantes. Senador Guiomard, com 40,4 MVI, e Epitaciolândia, com 39,3 MVI, completam o grupo das cidades mais violentas do estado, mostrando que a violência se concentra principalmente nas áreas de fronteira.
O estudo também aponta para a desigualdade na distribuição da violência no Acre. Enquanto Brasileia sofre com uma taxa altíssima de homicídios, cidades como Santa Rosa do Purus registram apenas 5,0 mortes por 100 mil habitantes. Essa disparidade exige ações específicas e eficazes para combater a criminalidade em cada região do estado.
A situação em Brasileia exige atenção urgente das autoridades. É crucial que medidas eficazes sejam tomadas para combater o crime organizado, garantir a segurança da população e reduzir a taxa de homicídios na cidade. A falta de investimento em segurança pública, a fragilidade das instituições e a falta de oportunidades para os jovens contribuem para a escalada da violência.
O estudo do FBSP serve como um alerta para a necessidade de ações concretas e eficazes para garantir a segurança e o bem-estar da população acreana, especialmente nas cidades mais vulneráveis à violência.