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CIDADES

Além do afundamento, rompimento em mina da Braskem põe Maceió em alerta

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Um novo informe da Defesa Civil de Maceió no início da tarde deste domingo, 10, chama a atenção para o temor de risco iminente de colapso na mina 18, operada pela mineradora Braskem. O órgão informou que às 13h15 de hoje, a mina sofreu um rompimento que pôde ser percebido num trecho da Lagoa Mundaú, no bairro de Mutange. A nota esclarece que técnicos estão monitorando o local em busca de mais informações e ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados, não havendo riscos para as pessoas. O rompimento foi confirmado pelo prefeito João Henrique Caldas em suas redes sociais, que sobrevoou de helicóptero a área por volta das 16h50 e afirmou que a vigilância no local permanecerá.

O afundamento na região do bairro do Mutange está sendo monitorado pelas autoridades desde o último dia 28 de novembro. A área se encontra diretamente acima de uma das operações de mineração de sal-gema da Braskem, a mina número 18, que corre risco de colapso. No caso da cavidade ruir, além do Mutange, os bairros Pinheiro e Bebedouro também podem ser tragados pelo solo. Ao longo dos últimos dias, a Defesa Civil da capital alagoana reforçou o alerta máximo para que a população não transite pelo local. A navegação na Lagoa Mundaú, sob a qual está localizada cerca de 60% da mina, também está restrita.

Antes do alerta de rompimento num trecho da Lagoa Mundaú, a Defesa Civil de Maceió havia soltado uma nota na manhã de hoje informando que o órgão via nova desaceleração no local, mas que o solo sobre a mina seguia afundando e chegava a 2,35 metros. O ritmo de movimentação de terra no local havia passado de 0,54 cm/h para 0,52 cm/h neste domingo. De acordo ainda com o boletim da Defesa Civil, nas últimas 24h, a superfície da mina cedeu 12,5 cm, menos do que o registrado na noite de sábado, quando o solo do local afundava em um ritmo um pouco maior.

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Ao longo do dia, o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, minimizou o risco de novos rompimentos como o registrado no início da tarde deste domingo. “Foi algo isolado e as outras áreas que estão sendo monitoradas por sensores não apresentaram nenhuma alteração”, afirmou Abelardo Nobre. Ele explicou ainda que técnicos estão avaliando os danos ambientais causados pelo rompimento de parte da mina num trecho da Lagoa Mundaú. “Podemos dizer que houve um tremor pequeno antes do rompimento. Vamos continuar monitorando a área e avaliar os danos ambientais, além de reforçar para as pessoas ficarem longe do local”, conclui. Em seu perfil nas redes sociais, o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), afirmou que também está monitorando a situação do local junto aos órgãos responsáveis pelo risco de colapso da mina 18. “Já cobramos medidas técnicas eficazes, ações sociais e reparações financeiras para que Maceió e o povo atingido não sejam ainda mais prejudicados. Continuaremos em atenção”.

Durante os últimos dias, moradores do bairro Mutange receberam alertas da Defesa Civil por SMS informando para que deixassem a região e procurassem um local seguro. Pelas redes sociais, o governo de Alagoas publicou um guia com medidas de segurança para a população seguir “agora e depois do colapso”. Segundo a gestão municipal, as ações emergenciais incluem o acolhimento facultativo de pessoas em áreas de risco, que serão abrigadas em escolas municipais, além da entrega de kits dormitórios, de higiene e de limpeza pessoal, além de cestas básicas e água.

De acordo com a prefeitura, a “instabilidade do solo foi provocada pela atividade de mineração da Braskem em 35 minas na região”. A gestão municipal informa que “até 2019, a empresa fazia extração inadequada de sal-gema”. Esse material é utilizado pela indústria química para fabricação de soda cáustica e PVC. Ainda de acordo com o governo de Alagoas, cinco abalos sísmicos foram registrados na região somente neste mês de novembro. O desabamento da mina pode ocasionar a formação de grandes crateras na região, além de provocar um efeito cascata em outras minas.

O prefeito João Henrique Caldas já fez declarações atribuindo à Braskem a responsabilidade pela situação. “A empresa Braskem começou a operar em Maceió na década de 1970. De lá pra cá, essa exploração predatória continuou de forma agressiva. Faltou fiscalização por parte dos órgãos competentes de maneira mais contundente”, afirmou ele. Hoje após o rompimento, além de informar a população sobre o problema pelas redes sociais, prometeu que compartilharia novas informações assim que possível.

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