Alerta na Raposa Serra do Sol: garimpo ilegal devasta território indígena e explora jovens

Roraima – Lideranças indígenas de Roraima lançam um grito de alerta sobre a devastação causada por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. As denúncias revelam o uso de explosivos, a exploração de jovens em condições análogas à escravidão e a contaminação do meio ambiente. Segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), cerca de 500 invasores atuam na região, causando um impacto alarmante nas comunidades locais.

As comunidades mais afetadas pela ação dos garimpeiros são Napoleão, Tarame, Raposa I, Raposa II, em Normandia, e Urucá, em Uiramutã. Diante da gravidade da situação, o CIR exige ações urgentes e enérgicas por parte do governo federal para conter a escalada da violência e da destruição.

As denúncias detalham o modus operandi dos garimpeiros, que utilizam explosivos e máquinas pesadas para a extração de minérios, além de promoverem escavações manuais e utilizarem motores em igarapés e rios, lançando mercúrio nas águas e contaminando o solo.

Na comunidade Raposa II, um ex-tuxaua relata que adolescentes são aliciados com falsas promessas de pagamento, mas acabam submetidos a condições de trabalho degradantes, sendo forçados a quitar dívidas de alimentação. O garimpo, segundo ele, também incentiva o consumo de drogas e bebidas alcoólicas, afastando os jovens dos costumes tradicionais e desestruturando o tecido social da comunidade.

O CIR levanta a hipótese de que parte dos invasores seja oriunda da Terra Yanomami, localizada a cerca de 300 km. As denúncias também apontam para o aumento da prostituição, do consumo de drogas e das ameaças de morte nas comunidades indígenas. A situação exige uma resposta imediata e coordenada das autoridades para proteger os direitos dos povos indígenas e preservar o meio ambiente na Raposa Serra do Sol.