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CIDADES

Após morte de menina de 3 anos, Gilmar Mendes pede mudanças estruturais na PRF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou mudanças estruturais na Polícia Rodoviária Federal (PRF) após a morte de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. Ela veio a óbito neste sábado (16), após ter sido baleada no Rio de Janeiro na noite de quinta-feira (7), durante abordagem da PRF.

“Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses – e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais –, merece ter a sua existência repensada. Para violações estruturais, medidas também estruturais”, escreveu Mendes no X (antigo Twitter).

Ele se referiu ao trabalhador morto dentro de uma viatura da PRF transformada em espécie de câmara de gás, após ser jogado no cubículo traseiro e agentes jogarem gás, e à investigação que apontou a tentativa de impedir eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva de voltarem no segundo turnos das eleições de 2022 com blitze em trechos de rodovias federais que cortam o Nordeste.

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Já Lula foi mais ameno ao também usar o X para comentar a morte de Heloísa. “Morreu hoje a pequena Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. Algo que não pode acontecer”, afirmou o presidente em publicação no X (antigo Twitter). “Não há o que console. Meus sentimentos e solidariedade aos pais e demais familiares”, completou.

Já a primeira-dama, Janja da Silva, foi mais enfática. “Basta de ver nossas crianças morrerem. Quem deveria proteger, mata! Justiça por Heloísa”, escreveu também no X. O casal presidencial está em Cuba, em viagem oficial que se estenderá aos Estados Unidos, onde Lula participará de sessão da ONU.

MPF pede prisão de agentes da PRF envolvidos na ação que matou Heloísa

No Brasil, o Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva dos três agentes da PRF envolvidos na ação que resultou na morte de Heloísa dos Santos Silva. O procurador Eduardo Benones representou pela prisão dos agentes Fabiano Menacho Ferreira — que admitiu ter feito os disparos —, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva.

O pedido foi feito na noite de sexta-feira (15), antes de Heloísa morrer. Agora, com a morte de Heloísa, o pedido de prisão será aditado. O MPF apura a dinâmica do caso e quer entender, também, como e porque um policial rodoviário federal esteve, à paisana, no hospital em que a menina estava internada. O agente já foi identificado pela corporação.

Heloísa estava internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, desde que foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil durante uma abordagem da PRF no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Região Metropolitana do Rio. Ela passou nove dias lutando pela vida no CTI. Segundo a prefeitura de Duque de Caxias, ela teve uma parada cardiorrespiratória e morreu às 9h22 deste sábado.

A criança foi baleada quando passava pelo Arco Metropolitano com a família. Segundo o pai de Heloísa, William da Silva, o carro onde eles estavam foi alvo de tiros que partiram de uma viatura da  PRF. Um agente admitiu ter feito os disparos, mas alegou ter tomado a decisão após ouvir o som de um tiro.

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Em nota, a PRF informou que se solidariza com a família de Heloísa e que sua Comissão de Direitos Humanos está acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo MPF.

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