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CIDADES

Arcebispo do Rio entrega doações da Campanha do Agasalho na Lapa

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Dom Orani entrega cobertores e agasalhos na Lapa Gustavo de Oliveira/Arquidiocese do Rio de Janeiro

O frio chegou com tudo no Rio de Janeiro. Pelas ruas da cidade, milhares de pessoas estão à espera da doação de cobertores e peças de roupa para enfrentar o período. Diante da necessidade da população em situação de vulnerabilidade social, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, em parceria com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, entregaram mantimentos doados pela população do Rio na Campanha do Agasalho. Na ação, em conjunto com a Congregação das Irmãs Missionárias da Caridade, foram doados 400 cobertores e 200 agasalhos na região da Lapa.

— É um trabalho que a Arquidiocese do Rio faz com muito carinho, tanto aqui no Centro quanto na periferia. Nós fazemos doação de alimentos, quentinhas e agasalhos. Eu desejaria que não fosse assim, que cada um tivesse a sua casa, a sua família, seu aconchego, mas aquilo que a gente pode minimizar nos problemas deles, a gente faz. Agradeço a todos que contribuem com cesta básica e com outros mantimentos para que a gente possa trazer um pouco de carinho a essas pessoas. Vale destacar que é uma solução paliativa, porque desejamos tempos melhores — destaca Cardeal Orani João Tempesta.

As doações também contam com o apoio do PRIO FESTIVAL DE INVERNO, em contribuição com a Obra Social da Cidade do Rio de Janeiro – RIOinclui, Visit Rio (Rio Convention & Visitors Bureau), Smurfit Kappa, 123º Grupo Escoteiro do Mar e demais instituições. O objetivo é espalhar pontos de coleta e distribuição de agasalhos em diferentes regiões do Rio de Janeiro. No festival, na Marina da Glória, há ponto de coleta nos seis dias de shows.

— Nós estamos percebendo a força que o universo cultural tem na sensibilização das pessoas. São movimentos que estão começando a acontecer e precisam se perpetuar. Por exemplo, quando você incentiva uma entrada social, com algum quilo de alimento, eu acredito que cada artista pode fazer sua parte para mudar a situação dessas pessoas. No caso do Festival de Inverno, a gente focou na questão do frio, na doação de agasalhos — explica Silvia Gonzaga, coordenadora das Obras Sociais do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor.

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Nas ruas há oito anos, Cristiane Cruz de Oliveira, de 44 anos, é mãe de sete filhos. Com a chegada do tempo frio, a mulher conta que ela e os filhos adoeceram devido às baixas temperaturas e às chuvas que atingiram a cidade.

— Eu tenho sete filhos, então essas doações vão me ajudar bastante. Nós sentimos muito frio, ficamos doente, minha filha de 5 anos teve até pneumonia — diz Cristiane Cruz de Oliveira.

Assim como Cristiane, Maria das Dores, de 56 anos, está em situação de vulnerabilidade social há nove anos. Ela acredita que muitas pessoas deixam de ajudar por fazerem prejulgamentos injustos, mas argumenta que ninguém merece passar necessidade.

— Estar na rua é muito difícil, porque é muito gelado. O ser humano não foi feito para estar nas ruas, independentemente de ser usuário de drogas ou beber. Eu não sei o que é pior, se é a fome ou se é o frio. Eu acredito que a gente não deve julgar para não ser julgado. Todos nós precisamos de amparo — defende Maria das Dores.

Ao todo, 200 caixas foram desenvolvidas e doadas pela Smurfit Kappa. Além do Festival de Inverno Rio, há outros locais com pontos de coleta: o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, o Trem do Corcovado (Rua Cosme Velho, 513); a loja O Sol Artesanato (Rua Corcovado, 213); a Paróquia São José da Lagoa (Avenida Borges de Medeiros, 2735) e o Quiosque do Cristo Redentor (Praia do Guido – Entre os postos 11 e 12 do Recreio dos Bandeirantes).

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