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CIDADES

Bebê indígena Yawanawá morre após queimaduras em Cruzeiro do Sul; casos semelhantes preocupam

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Uma criança de 11 meses da etnia Yawanawá faleceu no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC), na noite de terça-feira (29), em decorrência de graves queimaduras de segundo grau em todo o corpo. A morte da bebê levanta preocupações devido à ocorrência de casos semelhantes nos últimos dois anos, envolvendo crianças indígenas de diferentes etnias.

Segundo relato de um médico que atendeu a criança, as informações fornecidas pelos familiares eram inconsistentes. A princípio, foi alegado um efeito colateral de vacinação, hipótese descartada pelo médico, visto que a vacinação ocorreu em fevereiro. A gravidade das queimaduras, no entanto, sugere uma outra causa.

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O profissional de saúde relatou que este é o terceiro óbito infantil indígena com características similares nos últimos dois anos. Ele levanta a hipótese de que os casos possam estar relacionados a práticas culturais de cura que envolvem escaldamento com ervas. Embora não tenha confirmado a prática, ele mencionou que em rituais tradicionais, ervas ferventes são utilizadas, e a criança é exposta ao vapor.

A liderança da Terra Indígena Yawanawá do Rio Gregório não se pronunciou sobre o caso. O coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena do Juruá (Dsei), Isaac Pianko, confirmou a transferência da criança do Hospital de Tarauacá para Cruzeiro do Sul, mas se absteve de comentar sobre as causas da morte, alegando questões éticas e respeito à cultura indígena.

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Um caso similar ocorreu em dezembro de 2023, envolvendo uma criança Kulina de sete meses, que também faleceu em decorrência de queimaduras no Hospital do Juruá. A recorrência de óbitos com essas características exige uma investigação mais aprofundada para esclarecer as causas e prevenir futuros acidentes. A complexidade do assunto demanda um diálogo sensível e respeitoso entre autoridades de saúde, lideranças indígenas e especialistas, buscando soluções que protejam a saúde das crianças indígenas sem interferir nas práticas culturais de forma inadequada.

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