CIDADES
Belém debate “naming rights” para espaços públicos: receita vs. identidade cultural

A Câmara Municipal de Belém aprovou em primeira votação um projeto de lei que autoriza a venda de “naming rights” em espaços públicos da cidade. A proposta, do prefeito Igor Normando (MDB), permitirá que empresas paguem para associar seus nomes a locais como praças, parques e centros esportivos, em troca de investimentos ou contrapartidas financeiras.
Este modelo, comum em outras cidades brasileiras, especialmente em estádios (como o “Morumbi” em São Paulo, atualmente “Morumbis”), gerou debates acalorados em Belém. Locais icônicos como o Bosque Rodrigues Alves e o Portal da Amazônia poderiam ter seus nomes alterados caso o projeto seja aprovado em definitivo e sancionado pelo Executivo. A aprovação final requer um segundo turno de votação na Câmara.
A principal questão em debate é o equilíbrio entre a arrecadação de recursos para a manutenção dos espaços públicos e a preservação da identidade cultural de Belém. Experiências semelhantes em outras capitais, como a polêmica tentativa de renomear o Largo da Batata em São Paulo para “Largo da Batata Ruffles”, demonstram os riscos e controvérsias envolvidas. Embora a liminar judicial que suspendeu a iniciativa paulista tenha sido derrubada, a proposta foi abandonada pela prefeitura e pela empresa.
Em Belém, o projeto, apesar de prometer receita para o município, está sendo analisado com cautela pela população e por órgãos de controle, que monitorarão cuidadosamente a sua implementação para garantir que a identidade cultural da cidade seja preservada.
