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Buscas por jovem desaparecido no Rio Acre serão encerradas nesta quinta-feira, afirma Corpo dos Bombeiros

O lamento ecoa pelas margens do Rio Acre. Esta quinta-feira, 20 de março, marca o trágico fim das buscas oficiais pelo corpo de Roger Mato dos Santos, de 18 anos, desaparecido desde sábado, 15 de março. A força da natureza, representada pela fúria das águas turvas e cheias do rio, venceu, ao menos por enquanto, a busca incansável dos bombeiros e da família devastada.
Roger, acompanhado de amigos, mergulhou nas águas que, em sua aparente tranquilidade, escondiam uma armadilha mortal. Testemunhas relatam seus desesperados pedidos de socorro, três vezes lançados ao ar antes que a correnteza o levasse para sempre. A imagem de sua mãe, Rosiane da Silva Matos, desolada e clamando por justiça e pelo corpo de seu filho, é a mais pungente representação desta tragédia.
A dor de Rosiane é incomensurável. A impossibilidade de um último adeus, de um velório digno para seu filho amado, a consome. Sua voz, carregada de sofrimento, ecoa o pedido desesperado por uma continuação das buscas, mesmo após o rio baixar. A mãe, privada do direito de se despedir, representa todas as mães que já perderam seus filhos de forma trágica e inesperada.
A mobilização da família, que arrecadou fundos via PIX para contratar barcos particulares e continuar as buscas independentemente, demonstra a força do amor e a luta incansável pela memória de Roger. Sua determinação em encontrar o corpo do filho, a despeito da decisão dos Bombeiros de encerrar as buscas oficiais, mostra a fragilidade da estrutura oficial diante da dor individual.
A história de Roger é mais do que um triste caso de afogamento; é um grito silencioso pela necessidade de maior atenção à segurança em áreas de risco, particularmente durante períodos de cheia. O Rio Acre guarda, por ora, o silêncio da perda, mas a memória de Roger e a dor de sua mãe continuarão a ecoar, lembrando-nos da fragilidade da vida e da importância da solidariedade em tempos de luto.
