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Casa alugada por grupo que matou ex-delegado Ruy Ferraz é de irmão de PM, diz polícia

A Polícia Civil localizou o imóvel para onde a suspeita Dahesly Oliveira Pires teria ido buscar o fuzil usado no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, 64 anos, em Praia Grande, no litoral paulista. A casa, que fica na mesma cidade onde o crime ocorreu, está em nome do irmão de um policial militar e encontrava-se alugada no período. A Corregedoria da Polícia Militar acompanha o caso.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a polícia vai ouvir todos os que alugaram a casa nas últimas semanas, assim como o proprietário do imóvel e seu irmão, que é o PM. Diligências estão em curso para elucidar todas as circunstâncias.
O irmão do policial militar e o agente, no entanto, não são considerados suspeitos até o momento, já que não há evidências que os liguem ao crime. A Polícia Civil busca identificar quem foi o responsável por alugar a casa e como o fuzil foi parar no local.
Segundo suspeito foi preso
Nesta sexta-feira, 19, agentes prenderam o segundo suspeito de envolvimento na logística do assassinato do ex-delegado. Com a nova prisão, sobe para dois o número de detidos no caso. A Justiça também já expediu mandados de prisão contra outros três investigados, que agora são procurados pela polícia.
A primeira pessoa detida no caso foi Dahesly Oliveira Pires, presa nesta quinta-feira, 18. Ela é suspeita de ser a mulher que retirou o fuzil utilizado no crime na Baixada Santista. A arma, no entanto, ainda não foi localizada.
Ainda nesta quinta, a investigação avançou com a inclusão de Luiz Antonio Rodrigues de Miranda na lista de procurados do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de São Paulo. Miranda é investigado sob a suspeita de ter sido quem ordenou que Dahesly buscasse a arma.
Além dele, a polícia também busca outros dois suspeitos identificados: Felipe Avelino da Silva, conhecido como “Masquerano”, e Flávio Henrique Ferreira de Souza.
A Justiça já expediu mandados de prisão contra os quatro investigados, com base em indícios de autoria e materialidade do crime, além do risco de que soltos possam atrapalhar as investigações. O Terra busca contato com os advogados de defesa dos investigados e o espaço segue aberto para manifestações.
Assassinato do ex-delegado-geral
Imagens de câmeras segurança registraram o momento do assassinato de Ruy Ferraz, em Praia Grande, na noite de segunda-feira, 15. Ele é visto dirigindo seu carro em alta velocidade, até que entra em um cruzamento e é atingido por um ônibus. O carro capota e os criminosos, que vinham em outro carro atrás, vão até ele carregando fuzis. Ruy foi morto a tiros e os criminosos fugiram.
Uma força-tarefa foi montada para apurar o caso e prender os envolvidos. Em entrevista coletiva nesta quinta, a Polícia Civil afirmou não restar dúvidas de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem envolvimento na morte do ex-delegado-geral.
“Não nos resta dúvida”, disse o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao ser questionado da certeza da participação da facção. “O que falta descobrir é se foi por conta do combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado, ou por conta da atuação atual como secretário em Praia Grande. Mas que há participação do crime organizado não há dúvida”.
Ruy Ferraz Fontes teve uma carreira de mais de 40 anos como delegado e era conhecido por sua atuação contra a organização criminosa Primeiro Comando da Capital. Atualmente, ele ocupava o cargo de secretário de Administração Pública de Praia Grande.
