CIDADES
Castro diz que operação mais letal da história foi ‘sucesso’ e rebate críticas: ‘Ou soma ou suma’

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 29, que a megaoperação deflagrada nas comunidades do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro foi um “sucesso” e um “dia histórico” para a cidade e disse que, de vítimas, só foram policiais.
“Queria me solidarizar com as famílias dos meus quatro guerreiros, que ontem deram a vida para libertar a população. Àquelas foram as verdadeiras quatro vítimas que tivemos ontem. De vítimas ontem lá, só tivemos os policiais”, declarou. “Determinei que essas famílias sejam completamente amparadas e protegidas pelo Estado, para que a gente possa valorizar a nobre ação de pagar com a própria vida pelo bem comum.”
Castro também voltou a comentar as críticas pela operação e a troca de farpas com o Governo Federal. “O governador desse estado e nenhum secretário vai ficar respondendo nem ministro, nem autoridade, nem ninguém que queira transformar esse momento numa batalha política”, disse.
“Quem quiser somar com o Rio de Janeiro nesse momento no combate à criminalidade é bem-vindo. Os outros que querem fazer confusão, que querem fazer politicagem, o nosso único recado é: ou soma ou suma”, acrescentou.
Castro se reuniu hoje com a cúpula da Segurança Pública para tratar da Operação Contenção. Considerada a mais letal da história, a ação matou ao menos 132 pessoas, conforme a Defensoria Pública do Rio de Janeiro. O alvo do governo era combater a expansão territorial do Comando Vermelho.
Inicialmente prevista para ocorrer em gabinete, a reunião se deu no Salão Nobre do Palácio Guanabara, a sede do governo do Estado em Laranjeiras, na Zona Sul da capital fluminense.”
Em coletiva, o governador evitou cravar o número atualizado de mortos na operação e afirmou que um possível balanço “não se faz com imagens e vídeos”. Castro se referia aos registros feitos na madrugada desta quarta, quando moradores dos complexos do Alemão e da Penha retiraram cerca de 50 corpos de áreas de mata na divisa das duas regiões e os levaram até uma praça. O transporte foi feito de kombi até a praça São Lucas, na Penha.
Castro ainda revelou que conversou com outros governadores nesta manhã. Segundo ele, nomes como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, Helder Barbalho, do Pará, e Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, o elogiaram pela operação e se colocaram à disposição para ajudar de maneira técnica.
Já o contato com o governo federal ainda é incerto, conforme Castro. Embora tenha conversado com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e confirmado o interesse do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, em ir ao Rio de Janeiro para uma reunião de emergência, o governador afirmou que não recebeu nenhuma ligação nesta manhã e ainda não sabe se os membros do governo Lula virão presencialmente.
“Esperamos do Governo Federal um foco no Rio de Janeiro. Um foco de integração, um foco de trabalho junto, inclusive de financiamento”, disse Castro.









