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Coletar, separar, descaracterizar: entenda o processo de reciclagem de cápsulas de café
Escolher a cápsula preferida, colocar na cafeteira e, na sequência, saborear um delicioso café, chá ou chocolate. Se identificou? Essa é uma ação praticada nos lares de milhões de brasileiros diariamente, mas tão importante quanto essa, é a etapa que vem depois: a de reciclagem das cápsulas.
Até outubro deste ano, a Nescafé Dolce Gusto reciclou 4 milhões de cápsulas em todo o País. A estimativa é fechar o ano com 7 milhões de cápsulas recicladas. No entanto, para essa iniciativa de sustentabilidade ser possível, o processo precisa começar já dentro das casas dos consumidores, com o descarte responsável das cápsulas usadas.
Esses itens podem ser descartados nas coletas seletivas, que ao irem para cooperativas de reciclagem parceiras, são separadas e buscadas pela empresa, ou diretamente nos pontos de coleta, que são em restaurantes, supermercados e hotéis, por exemplo. Só no Brasil, a marca tem parceria com mais de 110 cooperativas e há mais de 300 pontos de coleta de cápsulas, distribuídos em vários Estados.
“Se a cápsula vai para o resíduo orgânico, a gente não tem chance de coletar e reciclar. Portanto, se o consumidor não tem um ponto de coleta perto, é importante descartar na coleta seletiva”, destaca Cecilia Seravalli, Gerente de ESG para Cafés Nestlé.
“Uma das nossas principais iniciativas é aumentar a conscientização sobre a importância da reciclagem e educar os nossos consumidores sobre como dar o melhor destino para as suas cápsulas, além, claro, de oferecer soluções para que as pessoas continuem o ciclo após o consumo”, acrescenta.
Depois que as cápsulas são coletadas, ocorre a separação do material de que são produzidas – os principais são plástico e alumínio – do material orgânico e são transformadas novamente em matéria-prima, que, a partir do seu processamento, podem virar novos produtos. Já os demais resíduos são direcionados para melhor reaproveitamento.
A convite da Nescafé Dolce Gusto, o Terra visitou a Conceito Ambiental, empresa que fica em Osasco, em São Paulo, e faz a separação e gestão dos resíduos das cápsulas da marca, para ver de perto como tudo funciona. Veja a seguir um passo a passo de como é esse processo de reciclagem.
1 – Separação das cápsulas
As cápsulas de café ou de outras bebidas chegam à Conceito Ambiental vindas das cooperativas de reciclagem parceiras e dos pontos de coleta. Como são entregues cápsulas de todos os tipos de material, a primeira etapa é fazer uma triagem. De forma manual, os funcionários desembalam as cápsulas, separam elas por tipo de material e colocam cada modelo em grandes sacolas de armazenamento.
2 – Secagem
As cápsulas passam por um período de 48 a 72 horas secando dentro das sacolas. Como o processo não utiliza água, é importante que os itens estejam bem secos para o processo seguinte, o de descaracterização das cápsulas.
3 – Descaracterização
Cada tipo de cápsula vai para uma máquina de descaracterização, que separa o material de que é feita (plástico ou alumínio) do material orgânico (café, leite, chocolate, entre outros).
A fragmentadora é a que faz a separação do material orgânico do plástico, que é o material das cápsulas Dolce Gusto. O equipamento faz a quebra mecânica da cápsula e, na sequência, o material orgânico cai em uma caçamba e os pedaços da cápsula triturada vão para grandes sacolas de armazenamento.
Já o moinho faz a separação do material orgânico do alumínio, que é o caso das cápsulas de Nespresso. Após a quebra mecânica, a borra de café é levada por uma esteira, enquanto as partes da cápsula de alumínio trituradas vai por outra esteira. Cada material é colocado em sua caçamba ou sacola respectiva.
4 – Destino dos materiais
Depois do processo de descaracterização, cada material tem um destino para o seu reaproveitamento. A borra de café é doada para um projeto de agricultores de alimentos orgânicos do distrito de Parelheiros, em São Paulo, e é usada como adubo. Já a outra massa (de leite, chocolate, entre outros) é levada para uma outra empresa que também transforma esses resíduos em adubo orgânico.
O plástico das cápsulas, por sua vez, vai para fornecedores que o transformam novamente em matéria-prima e fazem novos produtos. Por questões legislativas, as cápsulas não podem ser transformadas em novas cápsulas.
Já o alumínio é encaminhado para siderúrgicas para também serem transformados em novos itens, como materiais elétricos e peças de carro.