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Com cemitério superlotado, prefeitura de Xapuri não tem projeto para novo espaço
Questionado sobre a atual situação do cemitério municipal de Xapuri, que há muito tempo não comporta novos sepultamentos que não sejam feitos em gavetões, o prefeito Ubiracy Vasconcelos admitiu nesta semana que a prefeitura ainda não tem um projeto para a construção de um novo cemitério na cidade.
Centenário, o cemitério São José foi sendo abandonado à própria sorte no curso das décadas a ponto de não haver uma administração efetiva do espaço, que foi sendo ocupado de maneira desordenada, gerando superlotação e muitas dificuldades para a realização de novos sepultamentos.
As condições atuais do cemitério são caóticas, com sepulturas que se amontoam e edificações de túmulos que avançam uma sobre as outras, não deixando espaço necessário para a circulação. A situação também dificulta o trabalho de limpeza e manutenção do campo santo pela prefeitura.
O relato de um coveiro causa desconforto a quem escuta. Segundo ele, é comum que, ao cavar uma cova, se esbarre em caixões ainda intactos. Mais corriqueiro do que isso é encontrar ossadas durante a abertura de novas sepulturas. Para completar o conjunto macabro, não é anormal que mortos sejam sepultados por cima de outros.
Para minimizar a situação, no ano passado a gestão municipal ampliou o terreno do cemitério, afastando o muro da parte dos fundos, e construiu, com recursos próprios, 100 túmulos do tipo gavetão, que poderão ser ampliados para o número de 300. Esses túmulos, no entanto, custam uma taxa cobrada pela prefeitura.
“Nós temos no nosso plano de governo a proposta de construção de um novo cemitério em Xapuri, mas descobrimos que o processo para se chegar a isso é muito complexo, envolvendo muitas licenças de vários órgãos. Não é uma demanda relacionada apenas com a questão ambiental, mas que inclui até mesmo a Polícia Federal”, explicou o prefeito.
Ubiracy Vasconcelos também disse que tem procurado se informar sobre alternativas para ampliar o cemitério municipal de Xapuri, como as estruturas verticais que existem em outras cidades. É uma solução para espaços reduzidos, os falecidos são depositados em gavetas, localizadas uma em cima das outras.