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CIDADES

Crianças como soldados? polêmica em escola militar do Tocantins reforça debate sobre militarização da educação

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Um vídeo chocante que viralizou nas redes sociais expôs crianças em uma escola militar do Tocantins cantando frases de ódio em uma atividade extracurricular. A cena gerou indignação e acendeu um debate crucial sobre a militarização da educação e o papel da Polícia Militar dentro das escolas.

O vídeo, gravado no Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais, em Paranã, mostra estudantes participando de uma atividade que, ironicamente, fazia parte de uma programação sobre o combate à violência contra crianças e adolescentes. A contradição é gritante: enquanto se prega a proteção das crianças, elas são instrumentalizadas para entoar mensagens de ódio, numa clara demonstração de como a militarização pode ser prejudicial ao desenvolvimento infantil.

A reação foi imediata. Pais e funcionários da escola se manifestaram contra a atividade, criticando a presença e a atuação da Polícia Militar no evento. A frase contundente do doutor em educação José Lauro Martins, “Crianças não são soldados, escola não é quartel”, resume a indignação de muitos.

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A repercussão do caso levou o governador Wanderlei Barbosa a afastar o diretor da escola e os policiais militares envolvidos. No entanto, a medida, embora necessária, não resolve a questão de fundo: a crescente militarização das escolas e a falta de critérios claros sobre a inserção de policiais no ambiente escolar.

Este incidente levanta questões importantes sobre a formação de valores em crianças e a apropriação de símbolos militares para fins que não condizem com a promoção da paz e da cidadania. É fundamental repensar o papel das forças policiais nas escolas, garantindo que a presença delas não contribua para a violência ou para a violação dos direitos das crianças, mas sim para a sua proteção e bem-estar. A militarização da educação, longe de promover a segurança, pode criar um ambiente de medo e opressão, comprometendo o desenvolvimento saudável dos alunos. O caso de Paranã serve como um alerta para que se busquem alternativas mais eficazes e humanizadas para garantir a segurança e o bem-estar das crianças nas escolas.

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