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Feijó revoluciona mercado de açai com a primeira indústria brasileira certificada com indicação geográfica

Feijó, AC – Um marco histórico para a economia e os produtores de açaí de Feijó foi celebrado neste sábado, 17 de agosto, com o anúncio da implantação da primeira indústria de processamento de açaí do Brasil com certificado de Indicação Geográfica (IG). A iniciativa é fruto de uma parceria estratégica entre o Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), o Governo Federal, através da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e a Prefeitura Municipal de Feijó.
O pontapé inicial foi a assinatura da concessão de um terreno no Parque Industrial de Feijó, pelo Governador Gladson Cameli, que viabilizará um investimento de mais de R$ 6 milhões pela Cooperativa de Produtores, Coletores e Batedores de Açaí de Feijó (ACAICOOP). O ato solene contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o governador Gladson Cameli, o secretário da Seict Assurbanípal Mesquita, o prefeito de Feijó Railson Ferreira, a diretora da ABDI Perpétua Almeida e membros da ACAICOOP.
Gladson Cameli destacou que a implantação da indústria fortalecerá o ambiente de negócios na Regional Envira, atraindo investimentos e estimulando a abertura de novas indústrias. “Essa é uma importante agroindústria de um produto característico do Acre, que tem registro de Indicação Geográfica. A partir desta iniciativa, teremos um produto de alto valor agregado, atualmente comercializado como commodities, e que gerará diversos empregos e levará a imagem do Acre para o mundo”, afirmou o governador.
O Prefeito de Feijó, Railson Ferreira, expressou sua satisfação com o anúncio, ressaltando que o município colaborará para o avanço do projeto, beneficiando a economia local e gerando novas oportunidades para a população.
A ACAICOOP receberá apoio da Seict na elaboração do Plano de Negócios e terá acesso aos programas de incentivos oferecidos pelo Governo do Estado do Acre, como os incentivos fiscais da COPIAI, o Programa de Compras Governamentais de Incentivo à Indústria (COMPRAC) e o apoio com promoção de negócios.
Assurbanípal Mesquita enfatizou que esta será a primeira indústria brasileira a produzir o “açaí de Feijó” com o selo de indicação geográfica de procedência, consolidando o produto como um símbolo da economia local.
A ABDI também apoiará a iniciativa, aportando recursos para a construção e equipagem do empreendimento. Perpétua Almeida elogiou o dinamismo do governo em viabilizar a conquista, que trará investimentos significativos para a cooperativa. “A ABDI investirá R$ 6 milhões, divididos em duas etapas de R$ 3 milhões cada, para a construção da fábrica. Nossa ideia é que essa indústria também receba a produção da fruta de Tarauacá e região do Envira”, revelou a diretora.
A indústria terá capacidade para processar mais de 60 toneladas de açaí por mês e gerar pelo menos 50 empregos diretos, beneficiando mais de 500 famílias envolvidas na cadeia produtiva, incluindo produtores, coletores, batedores e o pequeno comércio.
O selo de Indicação Geográfica (IG) para o açaí de Feijó, conquistado em 2023, foi o primeiro do país concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com a nova indústria, os produtores poderão alcançar os objetivos econômicos e sociais almejados para a comunidade de Feijó.
Júlia Gomes, presidente da Açaícoop, celebrou a cessão do terreno e os novos horizontes que se abrem para a cooperativa, destacando que o acordo possibilitará a industrialização da entidade, um sonho antigo. “Vamos transformar o açaí, um símbolo da nossa cultura, em uma potência que transformará a vida das famílias e produtores envolvidos na cadeia. Com a implantação da indústria, sairemos de 500 para 1 mil famílias envolvidas diretamente no processo de produção”, comemorou Júlia.
O secretário Assurbanípal Mesquita ressaltou que a iniciativa representa um avanço na industrialização da biodiversidade local e no fortalecimento das cadeias produtivas do estado, alinhando-se ao lema da gestão Gladson Cameli: “liberdade para produzir”.