Incêndio prolongado atinge região próxima ao aeroporto de Cruzeiro do Sul, impactando voos no Juruá

Um incêndio que já se estende por dez dias nas proximidades do Aeroporto Marmud Cameli, em Cruzeiro do Sul, tem causado sérios problemas nas operações aéreas da região. A densa fumaça resultante das queimadas está afetando os pousos e decolagens, levando à interrupção das atividades em diferentes momentos. O piloto Ludwig Barbary Pedrosa, com mais de 20 anos de experiência na aviação local, relata que “só consigo voar à tarde” devido às condições adversas.

O aeroporto opera principalmente com aeronaves de pequeno porte, que dependem de visibilidade adequada para realizar suas rotas. O piloto Enzio Santos explica que “já houve dias em que o aeroporto ficou fechado o dia inteiro”, ressaltando a dificuldade enfrentada por voos para municípios vizinhos como Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.

Ludwig destaca a gravidade da situação ao afirmar que a cabeceira da pista do aeroporto está em chamas há mais de uma semana. Imagens capturadas durante os voos revelam que a fumaça não é originada apenas de queimadas externas; a área ao redor do aeroporto também está sendo devastada. “A fumaça cobre o município, mas muitos acreditam que é tudo proveniente de fora. Na verdade, as queimadas locais estão contribuindo significativamente para o problema”, explica.

A fauna local também sofre com os incêndios, que estão destruindo habitats de diversas espécies como macacos, pássaros e capivaras. Além das queimadas em Cruzeiro do Sul, há relatos semelhantes em Marechal Thaumaturgo, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, onde a derrubada de árvores para alimentar as chamas se intensifica.

Atualmente, os voos noturnos da Gol Linhas Aéreas ainda não foram cancelados devido à fumaça. No entanto, a situação permanece tensa e requer atenção urgente das autoridades para controlar as queimadas e mitigar seus efeitos na aviação e no meio ambiente local.