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CIDADES

Jornalista que voou em avião da Voepass relata experiência: ‘Filmei pessoas passando mal’

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Autora de livros como Holocausto Brasileiro, a jornalista Daniela Arbex usou as redes sociais para relatar a experiência com um voo da Voepass Linhas Aéreas realizado na última quinta-feira, 8. A companhia era a responsável pelo avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, e vitimou 61 pessoas nesta sexta-feira, 9. Na publicação, a escritora cita más condições na aeronave e falta de organização.

Em seu relato, Daniela Arbex detalhou o ‘perrengue’ que enfrentou no voo que saiu de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para Guarulhos, na região metropolitana, em um trajeto de mais ou menos uma hora. A jornalista contou que era a terceira vez que voava, a contragosto, em um avião modelo ATR-72 da Voepass, o mesmo da tragédia em Vinhedo.

Ao entrar na aeronave, Arbex sentiu algo errado. Com o ar-condicionado quebrado, o interior do avião estava muito quente, e pessoas chegaram a passar mal de calor, segundo ela. “Filmei as pessoas passando mal durante o voo por causa do calor que fazia dentro da aeronave sem ar-condicionado. Foi terrível”, inicia.

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A autora do livro Todo dia a mesma noite disse ainda que viu alguns passageiros tentando resolver o mal-estar sozinhos, sem ajuda da tripulação. “Um passageiro chegou a tirar a camisa. Outro, que estava uma poltrona à minha frente, sentia muita dor de cabeça. As pessoas se abanavam procurando ar”, detalha.

Essa era a terceira vez que Arbex voava pela Voepass. De acordo com ela, a companhia apresentou problemas em todas: “Fiquei muito indignada porque, pela terceira vez, a aeronave da companhia apresentava problemas tanto no trecho de SP quanto no da conexão pra Minas”.

Em outras experiências com a Voepass, a jornalista também já tinha enfrentado o calor por conta da falta de ar-condicionado. “[Dessa vez] eu e outros passageiros questionamos a aeromoça. A resposta foi de que o ‘ar não funcionava em solo, só no ar’, o que não aconteceu. Da vez anterior, a desculpa é que o ar precisava de manutenção”, relembra.

O histórico da jonalista com a companhia a fez pedir para os contratantes que não solicitassem os serviços da Voepass. “Como uma aeronave opera nessas condições? Em outro evento que participei, no Paraná, pedi ao contratante para comprar outro voo, porque não queria ir nesse avião”, desabafa.

No final do texto, Daniella Arbex lamentou o acidente e escreveu: “Estou profundamente impactada com essa tragédia”.

Veja a publicação completa

O que aconteceu?

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O avião da Voepass Linhas Aéreas, antiga companhia Passaredo, modelo ATR-72, decolou de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O voo 2283 tinha 57 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Conforme a Agência Nacional de Avião Civil (Anac), esse modelo de avião comporta até 68 passageiros.

Segundo informações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até 13h20. “No entanto, a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.

Conforme apurado pelo Terra, registros do Flightradar, plataforma de monitoramento de aeronaves, mostram que o voo se manteve na altitude de cerca de 17 mil pés até por volta de 13h20.

Foi aí, então, que o avião fez uma curva brusca. Tudo foi muito rápido. Às 13h21, o voo foi de uma altitude de 17.200 pés para 10.025. Já às 13h22, o avião foi rapidamente de 9.475 para 4.100 pés, no último registro. Sendo assim, em um minuto, a aeronave despencou cerca de 13.100 pés, o equivalente a 3.992 metros.

Logo após o acidente, a Voepass Linhas Aéreas informou, por meio de nota, que ainda não há confirmação de como ocorreu o acidente. “A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores”, disse, em comunicado.

“A aeronave decolou de CAC sem nenhuma restrição operacional, com todos os seus sistemas aptos para a realização de voo”, acrescentou.

 

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