CIDADES
Justiça do Tocantins afasta quatro magistrados por suspeitas que vão de assédio a venda de decisões

Palmas, TO – A Justiça do Tocantins enfrenta um momento delicado com o afastamento de pelo menos três juízes e um desembargador de seus cargos. Os afastamentos são resultado de investigações que apuram desde denúncias de assédio moral até suspeitas de venda de decisões judiciais. Parte dos casos está sendo investigada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como no âmbito da Operação Máximus, da Polícia Federal.
O afastamento mais recente é do juiz Jefferson David Asevedo Ramos, da comarca de Augustinópolis, determinado pelo pleno do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) em outubro de 2025. Segundo apuração da TV Anhanguera, ele foi denunciado por assédio moral. O caso é investigado pela corregedoria do TJTO e o afastamento é de 60 dias.
Em julho, os desembargadores também determinaram o afastamento do juiz Adriano Morelli, titular da 1ª Vara Cível e de Recuperações Judiciais de Gurupi, por 140 dias. Ele é suspeito de descumprir decisão colegiada de instância superior, além de indícios de favorecimento a uma das partes em um processo. A defesa afirma que a medida é temporária, para não interferir nas investigações, e que aguarda a decisão final da Justiça.
Outros dois magistrados estão afastados por decisão do STJ: o juiz José Maria Silva e o desembargador Helvécio Maia Brito, citados na Operação Máximus, que investiga suspeitas de negociação de decisões judiciais. A Polícia Federal já concluiu um relatório preliminar e apura ao menos 14 casos suspeitos.
Também é investigado o juiz José Maria Lima, suspeito de negociar decisões e de repassar um token de acesso ao sistema do Tribunal ao advogado Thiago Sulino, que chegou a ser preso. Os casos colocam em xeque a credibilidade do sistema judiciário tocantinense e reforçam a necessidade de rigor nas apurações.









