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CIDADES

Menino autista foi amarrado outras vezes na escola, diz advogada da família

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Menino teve os braços e a cinturas amarrados em uma cadeira Foto: Reprodução/@leandrodaacademia/Instagram

A família do menino autista de 4 anos, que foi encontrado amarrado em uma cadeira dentro do banheiro de uma escola infantil, em Araucária, no Paraná, soube que a criança já teria passado por situação semelhante outras vezes. O caso foi descoberto na segunda-feira, 7, e a professora que seria responsável por ele foi presa em flagrante.

Ao Terra, a advogada dos pais do pequeno confirmou os maus tratos em outras ocasiões. Daniely Mulinari afirmou que recebeu fotos e relatos de outros funcionários da escola.

“Eu fui para acompanhar os pais [na delegacia] e comecei a receber inúmeras denúncias, fotos, imagens, que mostrava, inclusive,  ele amarrado na sexta-feira, dia 4, ou seja, o flagrante foi na segunda, mas na sexta-feira ele também estava amarrado, porém, na sala da diretora”, explicou.

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Ainda segundo a advogada, ex-funcionários da unidade de educação particular contaram que essa era uma “prática habitual da escola”. [Disseram] que ele ficava amarrado mesmo, o tempo todo, porque ele era muito agitado, daí ele dispersava as demais crianças”, revelou.

Embora a Shanduca – Berçário e Pré Escola, tenha divulgado uma nota em seu Facebook dizendo que a responsável não sabia da situação pois estava afastada devido à uma cirurgia, Daniely refuta a informação, dizendo que essa situação era autorizada pela coordenadora e pela diretora, que é a proprietária da escola.

Além disso, segundo a representante da família, aponta que recebeu até imagens de outra criança amarrada também e que juntou as imagens ao inquérito policial. A professora deve passar por audiência de custódia no final da tarde desta quarta-feira, 9.

“Ninguém tinha conhecimento de toda essa história, então a diretora, a coordenadora, não foram levadas para a delegacia, foi somente a professora, porque foi indicada como a pessoa que amarrou. Em delegacia, a professora ficou em silêncio. Contudo, agora que a gente tem todas essas informações que eu juntei no inquérito, o delegado vai investigar a diretora e a coordenadora, provavelmente vai intimar para depor”, esclareceu.

Menino estava amarrado em uma cadeira

O caso foi divulgado pelo vereador Leandro da Academia (Solidariedade), que afirmou ter recebido uma denúncia. No vídeo, é possível vê-lo entrando na unidade particular, localizada no bairro Iguaçu, acompanhado de agentes da Guarda Municipal e do Conselho Tutelar.

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Em seguida, o parlamentar aparece soltando o menino, que estava com os punhos presos com fitas, além do tronco, com um elástico.

Ao Terra, a Prefeitura de Araucária confirmou que a equipe constatou que a denúncia era verdadeira ao chegar na unidade de educação, e que a GCM deu voz de prisão para a professora, a encaminhando para a delegacia.

Ainda segundo a administração municipal, a direção da instituição colaborou prontamente com a investigação e a mãe da criança, que tem Transtorno do Espectro Autista nível 3, acompanhou todo o procedimento.

A Polícia Civil informou que a professora foi autuada em flagrante por maus-tratos e que outros funcionários do local serão ouvidos. Eles podem ser indiciados por omissão. “A equipe policial segue em diligências para a elucidação do caso e conclusão do inquérito policial”, finalizou.

O que diz a escola

A reportagem tentou contato telefônico com a Shanduca – Berçário e Pré Escola, tanto na terça, 8, quanto na quarta-feira, 9, mas não teve sucesso. No entanto, em uma nota divulgada na página do Facebook da unidade, que já foi apagada, a responsável classificou a situação como “bem desagradável” e lamentou o ocorrido.

“Na minha ausência, como todos sabem, ainda estou de atestado devido a uma grande cirurgia de quadril, ainda sem locomoção, retornando no próximo mês. Venho acompanhando diariamente as atividades da escola via home office! E hoje na minha ausência, infelizmente tivemos um acontecido muito triste em nossa escola o qual eu ABOMINO com todas as minhas forças”, declarou.

Ela afirmou ainda que preza pela integridade da escola e bem estar das crianças, mas admite que a denúncia é grave e séria. A responsável também disse que está tomando todas as providências cabíveis com relação ao caso.

“Nunca havíamos passado por tal situação, o que nos deixa bem tristes e sem palavras! Quero agradecer pelas mensagens de apoio aos que conhecem o meu trabalho e acima de tudo falar o quanto lamento pelo ocorrido”, finalizou.

 

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