CIDADES
Ministros repudiam ‘masturbação coletiva’ em jogo de vôlei feminino
A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, repudiou nesta segunda-feira (18) o ato de importunação sexual que aconteceu em um jogo de vôlei feminino válido pela Copa Calomed 2023, sediado em São Carlos, no interior de São Paulo. O ato foi filmado e mostra estudantes de medicina simulando uma “masturbação coletiva”. Segundo a ministra, a pasta vai tomar as “providências cabíveis”.
”Não é possível, não é aceitável que em um jogo de vôlei de mulheres que estudantes de medicina, futuros médicos, usem de misoginia, de ódio, de propagação de ódio”, disse Cida Gonçalves.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também usou as redes sociais para repudiar o episódio que envolveu os universitários.
“Formação médica não pode tolerar abusos. Estou consternado com este episódio dos alunos da Unisa [Universidade Santo Amaro]. O desrespeito e a objetificação das mulheres são inaceitáveis, e este episódio nos obriga a revisitar esse debate fundamental sobre a formação médica, o desrespeito e a violência, sobretudo, aos pobres, mulheres, homossexuais e negros dentro das faculdades de medicina do nosso país”, escreveu.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou, por meio de nota, que a Polícia Civil iniciou diligências para apurar o ocorrido assim que tomou conhecimento do caso. A Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos começou as investigações para esclarecer os fatos.
Entenda o caso
Em imagens que viralizaram nas redes sociais, é possível ver os alunos da Unisa na plateia de uma partida de vôlei feminino. Eles abaixam as calças e simulam uma “masturbação coletiva” em um jogo contra a Universidade São Camilo. Em outro vídeo, é possível ver vários homens correndo por uma quadra poliesportiva com as calças abaixadas e os órgãos genitais nas mãos. O torneio aconteceu entre os dias 28 de abril e 1º de maio, mas as imagens só vieram à tona nesta segunda-feira (18).
Após a viralização dos vídeos, a atlética do curso de medicina da Unisa se posicionou nas redes sociais e afirmou que as imagens “não são contemporâneas e não representam os princípios e valores” pregados pela organização. A atlética também diz que não tolera nem compactua com nenhum ato de abuso nem discriminatório.
O R7 tentou entrar em contato com a Universidade Santo Amaro para obter um posicionamento sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta. O espaço continua aberto para manifestações.
Em nota, a Universidade São Camilo confirmou o episódio e repudiou os atos praticados na competição esportiva. Leia abaixo a nota na íntegra:
O Centro Universitário São Camilo – SP informa que sua Atlética do curso de Medicina não participa do Intermed. Porém, de 28 de abril a 1 de maio deste ano esteve presente em outro evento esportivo chamado CaloMed, em São Carlos (SP), quando as alunas de Medicina da instituição disputaram um jogo contra a equipe da Unisa. Os alunos daquela Universidade, tendo saído vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra. Não foi registrada, naquele momento, nenhuma denúncia por parte das nossas alunas referente à importunação sexual.
O Centro Universitário São Camilo – SP manifesta solidariedade e apoio às suas alunas e repudia quaisquer atos que possam atentar contra as mulheres e a dignidade humana. Acreditamos que o pudor e os bons costumes devem prevalecer, especialmente, quando se trata de ambientes acadêmicos, onde a formação de novos e bons profissionais é o compromisso maior com a sociedade.