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O que se sabe sobre caso das mulheres que foram torturadas e mortas em live na Argentina?

O assassinato de três mulheres na Argentina chamou a atenção em todo o mundo nesta semana pelo requinte de crueldade com o qual foi cometido. As jovens Brenda Castillo, Morena Verri e Lara Gutiérrez foram torturadas e mortas em uma transmissão ao vivo feita em uma rede social.
Segundo o jornal La Nacion, o caso está sendo investigado de forma sigilosa, mas 12 pessoas já foram presas. A hipótese principal é de que o crime tratou-se de um acerto de contas ordenado por um traficante foragido.
Brena Castillo e Morena Verri tinham ambas 20 anos de idade. A primeira é mãe de uma criança. Já Lara Gutierrez é menor de idade, tinha 15 anos. As três trabalhavam como prostitutas.
Elas haviam desaparecido no dia 19 de setembro, quando foram vistas por último em um posto de gasolina em La Tablada, cidade na região metropolitana de Buenos Aires. As mulheres entraram em uma caminhonete Chevrolet Tracker.
O último contato com as vítimas foi registrado na madrugada de sábado, dia 20. Às 3h da manhã, os três celulares desligaram simultaneamente.
Os corpos de Brena, Morena e Lara foram encontrados no dia 24 de setembro, esquartejados dentro de uma casa a 37 quilômetros de onde elas desapareceram. Eles estavam escondidos por debaixo da terra, dois deles dentro de sacos. A localização coincidia com o último local em que o celular de Lara foi ativado.
Assassinatos de extrema crueldade
Também ao jornal La Nacion, fontes oficiais disseram que a mais jovem das vítimas, Lara, teve cinco dedos da mão esquerda e uma orelha amputados antes de sua garganta ser cortada. Os assassinos usaram de extrema crueldade contra ela.
Brenda, de 20 anos, foi esfaqueada várias vezes no pescoço para ser torturada, espancada no rosto e morta com um único golpe que esmagou seu rosto. Após matá-la, os assassinos cortaram seu abdômen. Enquanto isso, Morena, também de 20 anos, foi espancada no rosto antes de ter seu pescoço quebrado para matá-la.
O que dizem as autoridades
Segundo o ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, o crime estava ligado a um acerto de contas relacionado ao tráfico de drogas. Ele afirmou que o assassinato foi transmitido ao vivo pelo Instagram para um pequeno grupo de cerca de 45 pessoas ligadas à organização: “Isso acontece com quem rouba minhas drogas”, teria dito um dos líderes durante a transmissão.
A principal hipótese é que a ordem tenha partido de um traficante peruano foragido, identificado como o líder de uma quadrilha na Cidade de Buenos Aires, que controla vários pontos de venda na periferia sul.
Em entrevista coletiva, Alonso explicou: “Tudo aponta para uma vingança relacionada ao tráfico de drogas, uma organização ligada ao tráfico que os liquidou. Estamos trabalhando com essa hipótese: elas viram algo, disseram algo, algo aconteceu. Havia uma estratégia planejada desde o início.”
O ministro acrescentou que as vítimas fizeram contato com um dos líderes da região de Flores e que, na mesma tarde de sexta-feira, um grupo de homens cavou um buraco na casa de Florencio Varela, onde elas foram posteriormente assassinadas.
