CIDADES
Obra do linhão de Cruzeiro do Sul enfrenta paralisação de quase 30 dias
A obra do linhão que irá energizar a região de Feijó até Cruzeiro do Sul está enfrentando um impasse que já dura quase 30 dias. A empresa responsável pela instalação está em discussão com órgãos e instituições competentes para encontrar alternativas em relação ao traçado da Linha de Transmissão 230 Kv, no trecho Feijó – Cruzeiro do Sul, a fim de contornar a Terra Indígena Campinas Katukina, localizada próxima a Cruzeiro do Sul.
A Transmissora informou que a paralisação da obra se deve ao impedimento por parte das lideranças da comunidade indígena Katukina, que protestaram e interromperam a execução da obra de forma repentina. Os indígenas alegaram descumprimento de acordo por parte da empresa. No entanto, a transmissora nega qualquer descumprimento e afirma que está seguindo rigorosamente todas as condições especificadas no Estudo do Componente Indígena (CI-PBA) e no Plano Básico Ambiental (PBA), aprovados pela comunidade, Funai e Ibama.
É importante ressaltar que o empreendimento tem prioridade nacional garantida por lei e visa o desenvolvimento da Região do Vale do Juruá, além da preservação do meio ambiente, uma vez que contribuirá para a descarbonização do Estado do Acre. Atualmente, mais de 6 milhões de litros de óleo diesel são queimados mensalmente na produção de energia elétrica por meio de geradores.
O linhão, com uma extensão total de aproximadamente 685 km, atravessa terras indígenas. Uma parte dele, com 385 km, já está fornecendo energia de alta qualidade para a região de Feijó e Tarauacá, enquanto os últimos 17,9 km até Cruzeiro do Sul passam pela Terra Indígena Campinas Katukina.
Diante dessa situação, estão sendo implementadas diversas medidas de compensação e mitigação, como oferta de cursos, apoio a festivais indígenas, construção de açudes e outras intervenções de infraestrutura para promover a produção e segurança alimentar, além de investimentos em aviários, unidades de beneficiamento de cana-de-açúcar e farinha de mandioca, centro de artesanato e centro de medicina tradicional. Essas ações visam reduzir possíveis danos sociais causados pelas obras.