CIDADES
PF diz que não há prazo para identificação de corpos em Vinhedo (SP): “Trabalho sensível e minucioso”
Peritos da Polícia Federal (PF) estão trabalhando desde sexta-feira, 9, no local onde um avião com 62 pessoas a bordo caiu, na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo. Em coletiva de imprensa na manhã deste sábado, 10, a PF afirmou que as equipes estão “trabalhando incansavelmente na identificação das vítimas”.
“É um trabalho delicado, sensível, que deve ser feito de forma a preservar o local. A prioridade agora é justamente remover as vítimas de forma que seja possível a identificação delas. (…) Um trabalho extremamente respeitoso para que a gente consiga terminar isso o mais rápido possível. (…) O maior desafio é conseguir retirar as vítimas. (…) Tem objetos pessoais, posição da aeronave, todos os fatores são sinalizados de forma minuciosa”, disse a PF.
Apesar dos esforços, ainda não há prazo para a finalização do trabalho, que conta também com o apoio do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e outras entidades: “Todos trabalhando juntos e de forma coordenada”.
O tempo chuvoso e frio também dificultou os trabalhos durante a madrugada deste sábado. “A retirada é gradual, para que a gente consiga retirar o máximo de corpos”, afirma. Além das equipes que trabalham na identificação dos corpos, outras estão apurando a causa do acidente.
De acordo com a Polícia Federal, a atividade de identificação é dividida em etapas. Com o trabalho de busca e recuperação dos corpos, estes estão sendo levados ao Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Para identificar quem é a vítima, são utilizados os métodos de impressão digital, exame genético e análise da arcada dentária. Após isto, há também o processo de identificação dos familiares.
Até o momento, 31 corpos já foram resgatados e encaminhados ao IML, mas apenas os corpos do piloto e do copiloto foram identificados.
Acidente aéreo em Vinhedo
Um avião com 62 pessoas a bordo caiu na região do bairro Capela, em Vinhedo, no interior de São Paulo, no início da tarde de sexta-feira, 9. A aeronave transportava 58 passageiros e 4 tripulantes e o destino era o Aeroporto de Guarulhos. Não há sobreviventes.
A aeronave, modelo ATR-72, decolou de Cascavel, no Paraná, às 11h46. Segundo informações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até 13h20.
“No entanto, a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
Conforme apurado pelo Terra, registros do Flightradar, plataforma de monitoramento de aeronaves, mostram que o voo se manteve na altitude de cerca de 17 mil pés até por volta de 13h20.
Foi aí, então, que o avião fez uma curva brusca. Tudo foi muito rápido. Às 13h21, o voo foi de uma altitude de 17.200 pés para 10.025. Já às 13h22, o avião foi rapidamente de 9.475 para 4.100 pés, no último registro. Sendo assim, em um minuto, a aeronave despencou cerca de 13.100 pés, o equivalente a 3.992 metros.
Logo após o acidente, a Voepass Linhas Aéreas informou, por meio de nota, que ainda não há confirmação de como ocorreu o acidente. “A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores”, disse, em comunicado.