CIDADES
Presidente da Mocidade tentou se esconder em escada durante operação de combate ao jogo do bicho

O presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, usou a escadaria do prédio em que mora para se esconder durante operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta sexta-feira, 3. Apesar da tentativa de fuga, ele acabou preso na ação de combate ao jogo do bicho.
Imagens obtidas pelo Terra mostram ‘Pepé’ ou ‘Flávio da Mocidade’ – como também é conhecido – saindo por uma porta diferente da usada para a entrada dos agentes. Com uma bolsa no ombro, ele caminha em direção às escadas, onde também é gravado por outra câmera de segurança do prédio.
Os registros mostram que a tentativa de fuga aconteceu por volta das 6h55 desta sexta. Na ação, Flávio deixou para trás uma bolsa com celulares e dinheiro, que foi apreendida pelos agentes.
Após a prisão, o Ministério Público pediu que o presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel seja incluído em regime federal de segurança máxima.
Entenda a operação de combate ao jogo do bicho
A ação desta sexta teve apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) e também teve como alvo o bicheiro Rogério de Andrade, que já estava preso. Nesse caso, a pedido do Gaeco, a Justiça determinou que ele permaneça preso no sistema penitenciário federal.
Flávio e Rogério foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público pela constituição de organização criminosa voltada à exploração de jogos de azar. Na operação, também são cumpridos nove mandados de busca e apreensão contra Vinicius Drumond, investigado como aliado dos denunciados e apontado como integrante da chamada “nova cúpula do jogo do bicho”.
Os agentes visitaram endereços da capital fluminense, a quadra da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e um haras localizado em Cachoeiras de Macacu (RJ).
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Comarca da Capital, a pedido do Gaeco.
As investigações apontam que Flávio da Mocidade seria “braço direito” de Rogério de Andrade. Ambos comandariam a principal organização responsável pela exploração de jogos de azar no Rio de Janeiro.
A denúncia aponta que ambos atuam na gestão dos pontos de jogo e em disputas violentas com grupos rivais, como o que era então liderado por Fernando Iggnácio, assassinado em novembro de 2020 a mando de Rogério de Andrade.
A denúncia também descreve a atuação dos acusados na corrupção sistemática de forças policiais, com o pagamento de propina a diversas unidades das Polícias Civil e Militar.
O Terra tenta contato com a defesa dos envolvidos. O espaço está aberto para manifestação.
