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Promotora de Justiça do Pará é a primeira quilombola que ocupa o cargo no Brasil
Na história do Brasil, um marco foi estabelecido com a nomeação de Karoline Bezerra Maia como promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará, tornando-se a primeira quilombola a ocupar esse cargo no país.
Originária do Quilombo Jutaí, em Monção, município maranhense de poucos habitantes, Karoline Maia tem sua história marcada pela superação e determinação. Este ano, assumiu suas funções no município paraense de Senador José Porfírio, enfrentando desafios em uma região marcada pela devastação ambiental e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Para Karoline, ser promotora de Justiça exige duas qualidades essenciais: indignação diante das injustiças e coragem para enfrentar as adversidades. Como caçula de sete irmãos e primeira da família a concluir um curso superior, ela enfrentou perdas dolorosas, incluindo a morte prematura da mãe e do pai em condições precárias de saúde.
Mesmo diante das dificuldades, Karoline persistiu em seus estudos e conquistou aprovações em concursos públicos em diferentes estados brasileiros. Sua jornada inclui passagens pelo Ministério Público de Sergipe, Defensoria Pública de Rondônia, Procuradoria Municipal de Manaus e finalmente pelo Ministério Público do Pará, onde decidiu exercer sua função.
“Sempre acreditei que a educação seria minha ferramenta para transformar minha realidade e alcançar novas oportunidades. Acredito no poder libertador da educação, capaz de abrir portas antes inimagináveis”, reflete Karoline.
A nova promotora de Justiça deixa uma mensagem inspiradora para todas as mulheres que almejam uma vida melhor: “Acreditem em si mesmas e no poder transformador da educação. Superem os obstáculos, busquem apoio e lembrem-se da importância da representatividade. Seus sonhos são alcançáveis com determinação e foco.