CIDADES
Protesto na Fronteira: estudantes bolivianos bloqueiam Ponte Internacional em reivindicação por taxas acadêmicas justas

Cobija, Bolívia, 9 de dezembro de 2025 – Estudantes da Universidade Amazônica de Pando (UAP), em Cobija, radicalizaram suas manifestações contra o aumento considerado abusivo nas taxas acadêmicas e bloquearam a Ponte Internacional, principal ponto de ligação entre a Bolívia e o estado do Acre, no Brasil. A ação interrompeu o fluxo de pessoas e veículos, impactando o cotidiano da região fronteiriça.
Os universitários denunciam que os reajustes, que chegam a 200%, oneram especialmente os estudantes estrangeiros, em particular os brasileiros que buscam na UAP uma alternativa de ensino superior. Taxas que antes variavam entre 50 e 100 bolivianos saltaram para valores superiores a 500, 600 e, em casos extremos, atingiram 2.875 bolivianos, gerando revolta e acusações de discriminação em relação aos alunos bolivianos.
O bloqueio da Ponte Internacional paralisou o trânsito de pedestres e veículos, afetando o comércio, o trabalho e o deslocamento diário de moradores da região. A medida drástica reflete a insatisfação dos estudantes com a falta de diálogo por parte da reitoria da UAP e a ausência de soluções para o problema.
“Não podemos aceitar que a universidade trate os estudantes estrangeiros como fonte de receita”, declarou um dos líderes do movimento estudantil. “Exigimos que as taxas sejam revistas e que haja um tratamento justo e igualitário para todos os alunos, independentemente de sua nacionalidade.”
A manifestação na Ponte Internacional é um reflexo das tensões crescentes no ambiente acadêmico da UAP, onde os estudantes se sentem prejudicados por políticas financeiras que consideram injustas e discriminatórias. A expectativa é que o protesto pressione a reitoria a negociar e a encontrar uma solução que atenda aos interesses de todos os envolvidos.
Até o momento, não há previsão para o fim do bloqueio. As autoridades bolivianas e brasileiras acompanham a situação de perto, buscando mediar o conflito e restabelecer o tráfego na região fronteiriça.









