Rio de Janeiro: Megaoperação Policial resulta em cena macabra com corpos enfileirados em Praça Pública

Rio de Janeiro, RJ – A manhã desta quarta-feira (29) começou de forma chocante para os moradores da Penha, na zona Norte do Rio de Janeiro. Uma cena macabra se revelou na Praça da Penha: uma fila de corpos estendidos sobre uma lona.

Segundo o ativista Raull Santiago, presente no local, cerca de 50 corpos foram retirados por moradores da região de mata do Complexo da Penha durante a madrugada. A informação ainda não foi confirmada pelas autoridades.

A CNN Brasil questionou o governo do Rio de Janeiro sobre a situação, mas ainda não obteve resposta. Até o momento, os órgãos oficiais não informaram se os corpos retirados da mata já estão na conta do saldo final da Operação Contenção, que até a noite de ontem (28) era de 64 mortos.

A Operação Contenção, uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, realizada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, já é considerada a mais letal da história do estado.

A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças estaduais de segurança, foi resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o Governo do Estado, o objetivo principal era combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças criminosas da facção. Entre os alvos, 30 seriam membros do CV oriundos de outros estados, com destaque para o Pará, que estariam escondidos nessas comunidades.

Números da Operação:

-64 mortos (60 suspeitos de crimes e 4 policiais)

-81 pessoas presas

-93 fuzis apreendidos

A operação resultou na prisão de Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como o operador financeiro do CV no Complexo da Penha e braço direito do chefe do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, vulgo “Doca” ou “Urso”.

O dia da operação foi marcado por intensos tiroteios, com drones policiais registrando criminosos fortemente armados fugindo em fila indiana pela mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Em resposta, criminosos do CV também utilizaram tecnologia, sendo flagrados arremessando bombas em uma comunidade através de um drone.

A megaoperação gerou “caos” na cidade, com escolas municipais e estaduais fechadas, unidades de saúde suspendendo o funcionamento inicial e linhas de ônibus tendo seus itinerários desviados.