CIDADES
Secretário da Polícia Civil do RJ diz que número de mortos sem vínculo com facções ‘não significa nada’

O delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, chamou de insignificante o número de mortos que não têm vínculos comprovados com a facção Comando Vermelho (CV), durante a megaoperação de terça-feira passada, 28. Segundo os dados divulgados pela própria polícia, 17 mortos não apresentavam histórico criminal, mas destes, 12 teriam indícios de participação no tráfico em suas redes sociais.
“Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada. Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato”, disse Curi, na nota da Polícia Civil sobre os mortos identificados.
O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, disse que os confrontos ocorreram com criminosos que reagiram à ação policial.
“Uma estratégia fundamental adotada pelas forças de segurança foi empurrar os bandidos para uma área de mata fora da área habitada, no alto do morro, preservando a segurança da população. Foi lá onde se deram os maiores embates. E quem estava na mata, estava em confronto com a polícia”, afirmou.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram 121 mortos na operação ao todo, incluindo os quatro policiais. Os 117 restantes são considerados suspeitos pela polícia. Dois deles não conseguiram ser identificados até agora, porque os laudos resultaram em perícias inconclusivas.
Segundo a cúpula de Segurança Pública do Estado, 59 tinham mandados de prisão pendentes e pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes.
Mais da metade, 62, era natural de outros Estados. Até o momento, 19 do Pará, 9 do Amazonas, 12 da Bahia, 4 do Ceará, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 9 de Goiás, 1 do Mato Grosso, 3 do Espírito Santo, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal. O relatório indica que, no Rio de Janeiro, há chefes de organizações criminosas de 11 estados da federação, de quatro das cinco regiões do país.