CIDADES
Tesouro aprova crédito aos Correios com R$ 5 bi a menos em juros

O Tesouro Nacional aprovou nesta quinta-feira (18) o financiamento dos Correios com cinco bancos, dentro do teto de juros da União, garantindo uma economia estimada de quase R$ 5 bilhões em encargos após um pedido anterior da estatal ter sido negado.
A análise concluiu que a operação atende às regras de pagamento exigidas para estatais com plano de reequilíbrio aprovado.
Com isso, os contratos entram agora na fase de negociação, acompanhada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e pelo Tesouro Nacional. Segundo o governo, a nova proposta reduz de forma significativa os encargos e o custo financeiro total dos Correios.
Antes da aprovação atual, os Correios haviam solicitado aval para contratar um empréstimo de R$ 20 bilhões . O pedido foi negado porque as instituições financeiras propuseram taxa de 136% do CDI, acima do teto de 120% do CDI permitido em operações com garantia da União por até dez anos.
Com a Selic em 15% ao ano, a taxa apresentada chegaria a cerca de 20% anuais, enquanto o limite aceito ficaria próximo de 18% ao ano. Após a negativa, a estatal suspendeu as tratativas.
Na ocasião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que qualquer forma de apoio financeiro aos Correios, seja empréstimo, aporte direto do Tesouro ou garantia em operações de crédito, só ocorreria após a aprovação de um plano de reestruturação da empresa.
Segundo o Ministério da Fazenda, qualquer apoio financeiro permanece condicionado à execução do plano de reestruturação. A pasta informou ainda que os recursos eventualmente disponibilizados pelo Tesouro devem ficar abaixo dos R$ 6 bilhões inicialmente cogitados pela empresa, segundo a Agência Brasil.
Reestruturação sem privatização
No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo discute medidas para reorganizar os Correios, que enfrentam dificuldades financeiras, e descartou a privatização da estatal. “Enquanto eu for presidente, não tem privatização ”, declarou, de acordo com a Agência Brasil.
Lula afirmou que o caminho em análise envolve parcerias e possíveis mudanças no modelo da empresa. O presidente ainda atribuiu a crise a problemas de gestão e afirmou que o governo decidiu intervir. “Nós resolvemos colocar a mão na ferida e resolver […]. Vamos tomar as medidas que tiver que tomar, mudar todos os cargos que tiver que mudar”, afirmou.
Para Lula, empresas públicas não precisam priorizar lucro máximo, mas não podem operar com prejuízo. “Uma empresa pública não precisa ser a rainha do lucro, mas ela não pode ser a rainha do prejuízo. Ela tem que se equilibrar”, disse.








