CIDADES
‘Um terror’: irmã de desaparecido após megaoperação no Rio relata busca por notícias

O dia seguinte à operação mais letal da história do Rio de Janeiro fez com que familiares de vítimas e desaparecidos fossem até o Instituto Médico Legal (IML), no centro da capital, para fazer o reconhecimento dos corpos ou buscar informações.
Entre as pessoas que circulavam pelo local até o início da tarde desta quarta-feira, 29, estava Larissa Rodrigues Alves. Junto com familiares, ela estava à espera da localização do corpo do irmão, Alessandro Alves da Silva, de 19 anos.
O rapaz está desaparecido e a família suspeita que ele tenha sido morto ao longo da operação. Questionada sobre como foram as últimas horas, Larissa foi sucinta: “Um terror”.
Aline Alves da Silva, outra irmã de Alessandro, relatou que a falta de informação vem deixando a família apreensiva, além de afirmar que a polícia agiu com extrema violência. “Eles vão para cima com bombas e tiro. Aqui (no IML) estamos esperando a informação para saber se ele está aí ou não. Já fomos para tudo quanto é lugar. Já fomos pro hospital e rodamos a mata”, relatou Aline. Segundo ela, o irmão não tinha envolvimento com o crime organizado.
Mais cedo, as forças de segurança do Estado, em entrevista coletiva, afirmaram que apesar da “alta letalidade”, o “dano colateral foi muito pequeno”. O secretário da Segurança Pública, Victor dos Santos, afirmou que houve todo um trabalho de inteligência e de planejamento para a operação, fruto de uma investigação de aproximadamente um ano.
Ressalta-se que, ao todo, já são mais de 130 mortes confirmadas. Apesar do cenário, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), classificou a megaoperação como um “sucesso”, e afirmou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos durante a ação. A megaoperação, porém, deixou mais de 130 mortos, até a atualização da tarde desta quarta.