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Vigas da ponte sobre o Rio Tarauacá na BR-364 são demolidas e obra atrasará ainda mais

Tarauacá, AC – A obra de extensão da ponte sobre o Rio Tarauacá, na BR-364, que já se arrasta desde março de 2024, sofreu um novo revés: as vigas de extensão da estrutura estão sendo demolidas e terão que ser refeitas. A previsão de entrega, que inicialmente era de um ano, agora foi adiada para março de 2026.
O objetivo da obra, que conta com um investimento de mais de R$ 8 milhões, é evitar novos desbarrancamentos na cabeceira da ponte, que foi construída de forma inadequada em uma curva do rio em 2011. A situação tem causado transtornos e indignação em quem precisa passar pelo local.
“Começaram a fazer, deixaram pela metade, derrubaram, estão desmanchando tudo. Agora, em vez de terminar, estão terminando de quebrar com tudo”, relatou um motorista em um vídeo que circulou nas redes sociais.
A demolição das vigas foi necessária após fiscalização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) detectar que quatro delas não atendiam aos padrões de qualidade exigidos. A Construtora Matera Engenharia, responsável pela obra, terá que arcar com todos os custos da demolição e reconstrução.
“A gente não ia deixar a obra ficar com a porcaria de umas vigas que não estavam passando, então a responsabilidade é nossa e a gente sabe que é importante demais ter a qualidade na obra”, afirmou Ricardo Araújo, superintendente do Dnit no Acre. “A obra ficou paralisada enquanto a empresa estava argumentando com o Dnit. Agora a empresa já demoliu quase todas as quatro vigas e agora vai começar a reconstruir e a gente termina isso, se Deus quiser, em março ou abril de 2026.”
Além de refazer as quatro vigas condenadas, a Matera também será responsável pela construção de outras cinco vigas para a extensão da ponte. O valor inicial da obra era de R$ 8,4 milhões.
A ponte sobre o Rio Tarauacá foi inaugurada em 2011, mas a cabeceira desmoronou em 2014 e novamente em 2022, passando por diversos serviços paliativos. O prolongamento de 70 metros da cabeceira da ponte é apontado como a solução definitiva para o problema. Um relatório de 2016 do Dnit já indicava que a ponte deveria ter sido construída na jusante da curva, e não a montante, como foi feito.
Nos últimos anos, os governos estadual e federal investiram mais de R$ 245 milhões em pontes sobre os rios Purus, Tarauacá, Envira, Diabinho e Juruá.
