ECONOMIA
Dólar fecha no maior patamar em mais de 3 anos, com aviso de Haddad que não há data para corte nos gastos
O dólar disparou e fechou a R$ 5,76 nesta terça-feira, 29, no maior patamar desde 29 de março de 2021. A subida reflete o desconforto do mercado com o cenário fiscal brasileiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou mais cedo que o conjunto de medidas de contenção de gastos, a ser apresentado pela área econômica do governo, ainda está em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e não há uma data para ser divulgado.
Questionado sobre a possibilidade de fechar as medidas antes de uma possível viagem à Europa, no início de novembro, o ministro afirmou que não há uma data limite e que a decisão sobre o cronograma ficará a cargo de Lula. Haddad destacou que tem avançado nas discussões com o presidente e também tem dialogado bastante com o ministério do Planejamento e Orçamento.
Refletindo esse cenário de incerteza e ainda em meio ao nervosismo com a disputa presidencial nos EUA, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,95%, cotado a R$ 5,7625. Em outubro, a divisa acumula elevação de 5,75%.
Ao longo do dia, a moeda norte-americana chegou a oscilar pontualmente em baixa ante o real, mas as cotações se mantiveram em alta na maior parte do tempo.
Ibovespa
O Ibovespa fechou com um declínio modesto nesta terça-feira, em mais uma sessão de volume financeiro abaixo da média, com agentes financeiros à espera de medidas fiscais prometidas pelo governo, enquanto Santander Brasil recuou mais de 5% após resultado trimestral e visão conservadora para expansão do crédito.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,37%, a 130.729,93 pontos, após avançar a 131.764,7 pontos na máxima e recuar a 130.693,36 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$ 17,12 bilhões, de uma média diária de R$ 23,5 bilhões no ano.