Search
Close this search box.
RIO BRANCO

ECONOMIA

Ipea vê Acre como grande corredor de exportação de algodão

Publicado em

Estudo preliminar publicado no começo de fevereiro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), avaliou os desafios para consolidar a exportação de algodão ao mercado peruano e, consequentemente, aos mercados dos países do Oceano Pacífico, por via dos corredores bioceânicos rodoviários.

A nota técnica ‘A dinâmica recente do algodão no Mato Grosso: possibilidades de exportação para o Peru e Ásia-Pacífico’ analisou que a integração comercial, a articulação produtiva e as conexões de infraestrutura de transportes entre o Brasil e o Peru tiveram novo impulso com a construção da ponte do Abunã, em Rondônia, inaugurada em 2021, e com a criação da Zona de Desenvolvimento Amacro – anagrama em referência as siglas dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia –, rebatizada, recentemente, como Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira.

Segundo o estudo, o Peru possui, atualmente, uma importante indústria têxtil instalada e, para mantê-la produzindo, o país realiza importação de algodão, que, em 2020, superou valores de US$ 240 milhões em fibras. “Para o Brasil, é fundamental reforçar as transações comerciais com este importante país sul-americano. Deve estar presente na agenda bilateral, portanto, a possibilidade de adequar-se, no curto-prazo, as barreiras fitossanitárias do país, de estabelecer diálogos que versem sobre a otimização dos registros de entrada e saída dos produtos e sobre maneiras de se facilitar os trâmites aduaneiros, incluindo a melhora de infraestrutura e a garantia de permanência de pessoal”, argumentaram os autores da publicação, os pesquisadores do Ipea Pedro Silva Barros, Alexandre Gervásio de Sousa e Helitton Christoffer Carneiro, e o professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Luciano Wexell Severo.

Continua depois da publicidade

Mais especificamente, a nota técnica também informa que as exportações mato-grossenses de algodão cresceram, em 2021, com vendas de US$ 2,4 bilhões (1,45 milhão de toneladas), valor que representou 68% das vendas nacionais do produto no ano. Os países asiáticos foram os principais importadores da fibra natural do estado, com destaque para a China (com US$ 683,7 milhões, ou 28% do total vendido pelo estado) e o Vietnã (com US$ 434,2 milhões, ou 18% do total).

A partir dessa realidade, o estudo estimou que, em relação à escala das vendas de pluma de algodão para o exterior, considerando um cenário em que metade das exportações de algodão que o Mato Grosso realizou em 2021 fosse escoada pelo Pacífico, por modal rodoviário, na forma conteinerizada, seriam necessários 37.153 caminhões porta-container de 40 pés, com 19,5 toneladas líquidas de pluma de algodão cada. Deste modo, o volume comercializado permitiria um fluxo equivalente a 102 caminhões/dia em direção ao mercado interno e aos portos do Sul do Peru.

“O pacífico peruano ganharia importância como alternativa logística de escoamento e abastecimento das regiões brasileiras, sobretudo, àquelas distantes do Atlântico, como é o caso do oeste do Mato Grosso, Rondônia e Acre”, concluíram os autores que também examinaram que o desenvolvimento da exportação de algodão pela rota do Pacífico poderia ainda estimular as vendas de produtos cárneos, especialmente a exportação de carne bovina congelada e refrigerada.

Propaganda
Advertisement