ECONOMIA
Maioria diz que vai gastar menos no Natal de 2023, aponta pesquisa
Em que pesem as aspirações do varejo, a maior parte dos brasileiros pretende gastar menos com produtos e serviços no fim deste ano, período que inclui o Natal, do que gastou na mesma época do ano passado. É isso o que mostra uma pesquisa do Instituto Travessia, de São Paulo, realizada com exclusividade para o Metrópoles.
De acordo com o levantamento, feito em 11 capitais brasileiras (veja lista abaixo), 41% das pessoas ouvidas afirmaram que reduzirão as despesas no fim deste ano, na comparação com 2022. Outros 17% dos entrevistados disseram que manterão o mesmo patamar de consumo.
Juntos, os que vão fechar a carteira e os que vão preservar o nível de dispêndios somam 58% do total de pessoas ouvidas na enquete. Um grupo de 37% afirmou, contudo, que quer aumentar os gastos e 5% não souberam ou não quiseram responder à questão (veja quadro abaixo).
Roupas na liderança
As roupas, com 29% das escolhas, estão entre os artigos mais desejados pelos consumidores. Elas ocupam o primeiro lugar na lista de prioridades de compras. A seguir, para 19% do total, vêm a aquisição de bens duráveis, como geladeiras, TVs. À pergunta “em que você pretende gastar mais no fim deste ano?”, porém, 15% disseram que não vão consumir absolutamente nada. Esses não vão abrir a carteira (veja quadro abaixo).
Os brasileiros também mostraram grande disposição para se divertir no fim de 2023. Em quarto lugar na lista de compras mais cobiçadas ficaram, com 9% das escolhas, as despesas com restaurantes, bares e festas. A quinta posição foi ocupada pela intenção de adquirir um celular, com 7%.
13º das dívidas
Segundo a enquete, os brasileiros também já definiram que uso querem dar ao 13º salário de 2023. Do total de pessoas ouvidas, 57% querem pagar dívidas. Outros 23% afirmaram que vão economizar esse dinheiro e apenas 15% se dispuseram usá-lo no consumo de produtos e serviços.
“Esse dado mostra que o brasileiro busca desperdiçar menos”, diz Renato Dorgan Filho, sócio e analista do Travessia. “Isso talvez seja fruto do susto provocado pela pandemia, quando muitos se viram sem reservas para enfrentar uma crise incerta.”
A pesquisa do Instituto Travessia foi feita em 10 capitais estaduais (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Manaus, Cuiabá, Belém e Recife) e em Brasília, entre os dias 4 a 6 de dezembro. A amostra da enquete foi de 800 entrevistas, realizadas por telefone. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo.