ECONOMIA
‘Prévia do PIB’ volta a crescer em junho, mas indica um 2º tri mais lento
A atividade econômica do país voltou ao campo positivo em junho. Segundo dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, divulgado nesta segunda-feira, 14, houve avanço de 0,63% no mês, após recuo de 2% registrado em maio. No trimestre, a atividade avançou 0,43%.
Após a redução de 2% em maio, usada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para pressionar o BC pela redução dos juros, o resultado de junho mostra recuperação e está em linha com a expectativa do mercado, que projetava alta de 0,6% para o mês. Em junho, as pesquisas setoriais do IBGE registraram variação positiva nos serviços e na indústria, enquanto o comércio ficou estacionado.
“[O resultado] foi influenciado por altas em quase todos os setores da atividade econômica, sendo a agropecuária a única exceção. A principal contribuição positiva veio dos serviços prestados às famílias, que vêm sendo beneficiados pelos números fortes do mercado de trabalho, e do impacto do programa de incentivo aos carros populares”, diz relatório do PicPay, assinado pelos economistas Marco Caruso e Igor Cadilhac
Divulgado mensalmente, o IBC-Br é considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), que tem periodicidade trimestral pelo IBGE. Por ter formas diferentes de calcular a evolução da economia, nem sempre o IBC-Br e o PIB vêm com resultados semelhantes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-Br usa estimativa das áreas e também dos impostos. No primeiro trimestre, por exemplo, o IBC-Br trouxe um avanço de 2,41% da atividade econômica, enquanto o resultado do PIB foi um pouco menor, de 1,9%.
No segundo trimestre, o IBC-Br indica variação positiva, mas em menor intensidade do que no primeiro trimestre, logo é esperado um PIB mais tímido na divulgação de 1º de setembro. “O PIB do segundo trimestre deve vir no campo positivo se observados os elementos da Oferta e surpreende uma vez que o PIB do primeiro trimestre subiu 1,9%, logo era de se esperar algum tipo de retração dada a base de comparação elevada, mas este não deve ser o caso”, diz o economista André Perfeito.
O indicador é usado como uma das ferramentas do BC para definir a taxa básica de juros do país. A Selic está em 13,25% ao ano e deve cair mais ao longo do semestre, com o mercado financeiro estimando o indicador em 11,75%.