Após demissão de Lívia Torres, Globo descobre empresa que fazia uso irregular da imagem de seus jornalistas; entenda

O caso da jornalista Lívia Torres, demitida da TV Globo após trabalhar em um evento da CBF sem autorização, fez com que a emissora descobrisse uma empresa que anunciava, de forma irregular, alguns de seus jornalistas mais importantes para eventos, palestras e até presenças VIP.

Nomes como o de Ana Paula Araújo, Sandra Annenberg e Heraldo Pereira eram anunciados pelo site da tal agência para serem apresentadores de eventos privados. Outros ainda, como os de Ana Luiza Guimarães e o de Leilane Neubarth ainda eram vendidos como presenças VIPs. Entretanto, nenhum desses trabalhos são permitidos, sendo uma proibição contratual da emissora.

Assim que descobriu o esquema, a TV Globo emitiu uma nota ao site Notícias da TV, onde revelou que, na verdade, nem mesmo os funcionários anunciados tinham conhecimento sobre o assunto: “A Globo informa que os jornalistas listados na matéria associados à empresa agenciadora de palestras nunca autorizaram o uso de seus nomes no catálogo da empresa e nunca se beneficiaram disso”.

Após a publicação, todos os jornalistas da Globo que estavam no catálogo da empresa sumiram dos anúncios. O ato da empresa faz aumentar as suspeitas de que, quando uma pessoa se interessava em algum jornalista, ela respondia que o profissional não tinha agenda e oferecia outra pessoa que de fato estava em sua lista de agenciados. Procurada pelo Notícias da TV, a agência não quis se pronunciar.

Lívia Torres se pronuncia pela primeira vez após demissão

Após ser demitida da TV Globo por apresentar um evento da CBF, Lívia Torres decidiu se pronunciar pela primeira vez sobre o caso. Usando suas redes sociais, a jornalista fez uma publicação com várias fotos de sua carreira e desabafou sobre esse momento de sua vida.

Sem dar detalhes sobre a demissão, Lívia agradeceu os anos que trabalhou na emissora: “Foram 14 anos de Globo, de estagiária a repórter de vídeo. Toda despedida acaba sendo um momento de olhar para trás e reviver a própria história que, no caso do jornalismo, se confunde com a de tantas outras pessoas.”

“Eu amo jornalismo porque sou louca por gente e por contar histórias. Fui de peito aberto a muitas lutas, especialmente, por causa das pessoas. A elas devo meu maior agradecimento. Ser repórter é muito mais do que estar com um microfone na mão. É ser ágil, sem perder a doçura, mas também inquieto.”, continuou ela.

Por fim, ela escreveu: “Entendi que muitas vezes é preciso ousar. Escutei o não, busquei o sim. Só descansei quando me deparava com verdade. E a minha verdade sempre foi a doação intensa para o melhor trabalho. Cimentei cada tijolo com ética, profissionalismo e entrega. Dobrei horas, busquei incessantemente as melhores aspas, cultivei as melhores fontes. Sou grata por tudo que aprendi e construí. Chegou a hora de recalcular a rota, alçar novos voos. Obrigada por tanto carinho. A gente se vê por aqui.”