ENTRETENIMENTO
Após morte da modelo Lygia Fazio, médica explica os riscos de aplicar PMMA no corpo
A modelo e jornalista Lygia Fazo infelizmente não resistiu a um AVC que sofreu há cerca de um mês e faleceu na última quinta-feira, dia 1° de junho, quando passava pelos procedimentos de retirada do PMMA aplicado nos glúteos. A substância acabou se espalhando por seu corpo, o que ocasionou em diversas infecções.
Familiares, amigos e seguidores lamentaram a morte prematura de Lygia – ela tinha apenas 40 anos – e relataram a luta dela para reverter a aplicação do produto, que foi realizada três anos atrás.
A amiga e jornalista Meiri Borges declarou que Lygia se preocupava muito com a sua beleza, e mesmo após médicos terem negado a aplicar PMMA em seu corpo, a modelo procurou um local clandestino que aceitou injetar a substância, o que foi uma “bomba-relógio” em sua vida.
Médica especialista em estética explica os riscos do PMMA
Afinal, o que é PMMA? Esta substância nada mais é do que um material sintético, que no Brasil pode ser usado para preenchimento subcutâneo desde que seja registrado na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pois é um produto de uso em saúde da classe IV (máximo risco). Composto por microesferas de um material muito parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após ser aplicado.
Com o desejo de aumentar o bumbum, muitas mulheres estão se submetendo à aplicação de PMMA no corpo pela proposta de resultados instantâneos, mas isso pode ter consequências trágicas, e até mesmo fatais.
De acordo com a Dra. Fernanda Nichelle, médica especialista em estética, o PMMA é um produto muito perigoso para uso estético.
“Ainda há muita controvérsia sobre este ativo na comunidade médica. Sabemos que a ANVISA fez a liberação para o uso estético em lipodistrofia com poucas quantidades, mas eu, como médica, prefiro não fazer a utilização. O corpo do paciente pode apresentar rejeição ao produto e para fazer a extração é apenas com cirurgia”, iniciou ela.
“Eu, como médica, afirmo que este produto é, sim, muito perigoso para uso estético, ainda mais por ser permanente – e principalmente se for em grandes quantidades. Nunca fiz a utilização em minhas pacientes por conta dos riscos e danos irreversíveis que o PMMA pode causar, que pode trazer problemas inestéticos, uma embolia e até mesmo a morte”, completou.
O PMMA jamais deve ser utilizado como um substituto do silicone, principalmente em pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, como foi o caso de Lygia, porque a dose utilizada nessa região precisa ser grande, bem maior que a de um simples preenchimento.
Caso Andressa Urach
No ano de 2014, Andressa Urach teve complicações seríssimas por conta de uma aplicação perigosa feita cinco anos antes para aumentar o volume das coxas. Não se tratava do PMMA na época, mas sim da substância hidrogel.
Andressa chegou a a ficar hospitalizada em estado grave entre os dias 30 de novembro e 24 de dezembro de 2014. Para reverter o procedimento, ela teve que fazer 22 cirurgias de retirada da substância do corpo. “Foi traumatizante e não desejo a dor e o desespero nem para o meu pior inimigo”, disse em 2021.
Acrílico e hidrogel injetados no corpo de Andressa Urach podem causar infecções, necrose e até morte.