Atriz trans Ayla Gabriela está em Cruzeiro do Sul para Gravações de “Geni e o Zepelim

A atriz trans Ayla Gabriela chegou a Cruzeiro do Sul para interpretar Geni, a protagonista do filme “Geni e o Zepelim”, baseado na icônica canção de Chico Buarque. Sua escolha marca uma reviravolta significativa na produção, após controvérsias geradas pela escalação inicial de uma atriz cisgênero para o papel.

A Polêmica da escalação inicial e a mudança de direção

Inicialmente, a atriz Thainá Duarte foi escalada para o papel de Geni. No entanto, a escolha gerou forte reação da comunidade trans, que criticou a decisão de uma atriz cisgênero interpretar uma personagem travesti. Atrizes trans como Maia Hazel, Liniker e Renata Carvalho se manifestaram publicamente contra a decisão, destacando a importância da representatividade trans no cinema e a escassez de oportunidades para atrizes trans. Diante da pressão, a diretora Anna Muylaert reconsiderou sua escolha, optando por uma atriz trans para o papel principal.

Ayla Gabriela, uma atriz transgênero com experiência em filmes como “Santo” (2023) e “Girassóis” (2024), assume agora o papel de Geni. Sua participação no filme representa um passo importante na inclusão e representatividade trans na indústria cinematográfica brasileira.

As gravações de “Geni e o Zepelim” em Cruzeiro do Sul começam na próxima semana. Em aproximadamente 15 dias, o ator e cantor Seu Jorge chegará à cidade para interpretar o Comandante, um personagem que se apaixona por Geni. A produção envolve uma equipe extensa, incluindo profissionais de vários estados brasileiros e cerca de 800 figurantes locais.

O filme é uma adaptação livre da canção “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, lançada em 1978 como parte do álbum e do musical “Ópera do Malandro”. A obra original já abordava temas de preconceito e transfobia, o que torna a escolha de uma atriz trans para o papel de Geni ainda mais significativa.