ENTRETENIMENTO
Carolina Dieckmann relembra dependência de álcool da mãe: ‘Ficou 10 anos no buraco’

Carolina Dieckmann terminou de filmar no final do ano passado o filme Descontrole, de Rosane Svartman, no qual interpreta uma mulher que lida com alcoolismo. A atriz contou que passou por uma preparação para o trabalho, mas que já tinha intimidade com o tema porque a mãe sofreu com dependência de álcool quando ela era criança.
“O alcoolismo para mim já era um assunto muito de dentro. Quando minha mãe se separou do meu pai, ela ficou 10 anos bebendo. A gente ali, jovens, entendendo que talvez ela fosse alcoólatra, que era a palavra que a gente usava antigamente, se não era, e ela deitada em uma cama muito triste e muito frágil”, disse a atriz em entrevista ao videocast Conversa Vai, Conversa Vem.
A artista falou que, por mais que a mãe tenha passado anos dependente do álcool, ela parou de beber sozinha. “Um belo dia, ela levantou e falou que iria parar de beber e de fumar, sem frequentar nada. A gente entendeu depois que talvez ela não fosse uma alcoólica, porque ela parou de beber, voltou a beber socialmente depois e nunca emburacou mais”, relembrou.
“Ela realmente escolheu se anestesiar através do álcool e ficou dez anos em um buraco. Tenho uma visão do que o álcool faz em um lugar muito íntimo. Tinha 10, 11 anos, estava me descobrindo mulher e via ela, que era minha supermulher, deitada em uma cama sofrendo por amor sem conseguir levantar. Tinha isso para a personagem”, continuou Carolina.
A artista admitiu que viver uma personagem que lida com o alcoolismo despertou diversos gatilhos nela, mas analisou que fazer esse filme também foi uma forma de cura. “Chorei muito, me curou muito. Tive momentos no set que eu falava: ‘Caramba, mãe, estou me curando aqui, entendendo uma parada que não tinha como entender mais nova’. Não me curei através da palavra, me curei através do que consegui acessar dentro de mim, é uma coisa muito diferente quando a gente entra em um estado interno de paz, não tem a ver com o que você fala ou elabora, tem a ver com o que você sente”, concluiu Dieckmann.
