ENTRETENIMENTO
Corte: Globo demite Fábio William, César Galvão e Fabio Turci no mesmo dia
Em seu segundo dia de cortes no Jornalismo, a Globo demitiu três jornalistas veteranos. César Galvão e Fabio Turci, repórteres de São Paulo, e Fábio William, ex-repórter do Jornal Nacional e âncora do DF1, foram desligados. Os motivos são os altos salários. Ao contrário do que o Notícias da TV havia publicado mais cedo, Zelda Mello continua contratada.
Somente nesta quarta-feira (5), mais de dez profissionais já foram mandados embora. Outras dispensas serão feitas ao longo das próximas semanas em diversas áreas.
Fábio William estava na Globo desde 1996, quando estreou na GloboNews como repórter e apresentador do Jornal das 10. Em 1998, ele passou a ser da equipe do Bom Dia Brasil e do Jornal da Globo. Em 2003, virou repórter especial do Jornal Nacional em Brasília.
Em 2011, virou âncora do DF1, jornal da hora do almoço do Distrito Federal, onde estava até agora. Ele também dava expediente como plantonista do Jornal Hoje e do Bom Dia Brasil.
Já César Galvão entrou na Globo em 1999, e se especializou em coberturas relacionadas à violência e à segurança pública. Antes da Globo, passou pela rádio CBN e pela extinta Rede Manchete (1983-1999). Nos últimos anos, atuava prioritariamente em telejornais locais de São Paulo.
Fabio Turci estava na Globo desde 2003 e participou de coberturas importantes, principalmente em São Paulo. Foi correspondente em Nova York de 2014 até o final de 2018, quando retornou ao Brasil. Ao voltar, ele passou a fazer reportagens e cobrir folgas no SP1 e SP2.
Zelda Mello até foi chamada para uma conversa com a diretora de Jornalismo em São Paulo, Ana Escalada, e saiu emocionada do local. Alguns colegas pensaram que ela teria sido demitida, o que não aconteceu. Zelda continua contratada da Globo São Paulo.
Ao Notícias da TV, a emissora explica os cortes:
A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa.
“Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento”
Quem foi demitido da Globo hoje?
Depois de atacar no Rio de Janeiro, a Globo concentrou suas demissões do dia em São Paulo e Brasília. As primeiras aconteceram nos bastidores. O nome mais significativo foi Márcia Corrêa, editora-chefe do Bom Dia São Paulo, apresentado por Rodrigo Bocardi. Ela estava no cargo desde 2008 e tinha 33 anos de emissora. Emilene Silva, editora do Jornal Hoje, também foi desligada.
Após demissão em massa, Globo vira alvo de ações de sindicatos de jornalistas
Após a Globo demitir dezenas de jornalistas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Belo Horizonte nos últimos dias, os sindicatos da categoria estão se organizando contra a medida da empresa. De acordo com a emissora, as dispensas acontecem como “parte do processo de transformação” da companhia. Os profissionais, no entanto, não aceitam o argumento.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (6), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) informou que enviou um ofício à Globo cobrando uma reunião em caráter de urgência para tratar do passaralho, jargão usado no meio jornalístico para se referir a demissões em massa em empresas de comunicação.
“Em reunião realizada com profissionais da emissora, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo salientou que a posição da entidade é a luta contra qualquer demissão, com a categoria resistindo coletivamente a esse verdadeiro desmonte de nossa profissão. Fica evidente também a posição etarista da empresa, com a demissão sumária de profissionais com décadas de experiência”, argumentou a Fenaj no comunicado.
Os sindicatos planejam realizar ação conjunta para reverter parte das demissões, além de cobrar a abertura de um canal direto de comunicação com a empresa. Na terça (4), os jornalistas do Rio de Janeiro já tinham classificado o movimento da Globo como “dia de terror” e falaram que ingressariam com uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia as demissões e vai protocolar denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho contra a arbitrariedade e o inaceitável assédio moral no momento mais decisivo da campanha salarial, quando é apreciada a proposta patronal para a renovação da Convenção Coletiva e os trabalhadores buscam reduzir perdas econômicas e assegurar melhores condições de trabalho.
Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, afirmou que o movimento precisa ir além das notas de repúdio. “Iremos nos organizar com a categoria para resistir coletivamente às demissões e garantir dignidade a todas e todos os profissionais da Globo”, disse.
Quem saiu da Globo?
As demissões de jornalistas e radialistas da Globo aconteceram na terça (4) e na quarta-feira (5), mas internamente a expectativa é que a “limpa” termine apenas em maio. A medida desta semana foi de mandar embora profissionais veteranos e com altos salários.
Giuliana Morrone, César Galvão, Fabio Turci, Fábio William, Marcelo Canellas, Eduardo Tchao, Monica Sanches, Leila Sterenberg e Thaís Itaqui foram alguns dos âncoras e repórteres dispensados nos últimos dias. Além deles, diretores, chefes, editores e produtores experientes também aparecem na lista.
A avaliação é que o famoso “padrão Globo” vai cair por conta da saída de profissionais veteranos. A emissora, no entanto, está determinada a economizar.
Um ponto considerado chave nessa reestruturação é o custo de reportagens especiais. Em uma pauta tradicional do Globo Repórter, a empresa gastava não só com uma viagem do jornalista, mas também de toda a equipe –com pelo menos cinco pessoas. Hoje, um repórter mais jovem, e que tenha habilidade para manusear equipamentos de som e imagem, consegue produzir um material similar (mas com menos qualidade) com um acompanhante.
Em comunicado para falar sobre os cortes que aconteceram no Jornalismo, a Globo admitiu que precisa demitir para manter sua performance financeira perto do que considera ideal. A emissora deixou claro que fará isso quando for preciso para seguir com as contas nos trilhos.
Ao Notícias da TV, a emissora explicou os cortes:
A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa.
“Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento…