ENTRETENIMENTO
Ex-bailarina do Faustão foi detida durante pandemia por desacato em Balneário Camboriú
A influenciadora digital e ex-bailarina do Domingão do Faustão, Natacha Horana, presa em São Paulo por suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa, foi detida em outra circunstância durante a pandemia da covid-19. Em julho de 2020, ela teria participado de uma ‘festa ilegal’ e desacatado guardas municipais.
Na época, a prefeitura divulgou que uma denúncia levou guardas municipais e policiais militares até uma festa ‘clandestina’ em um apartamento na cidade, onde havia cerca de 30 pessoas, dentre elas, famosos e uma médica. Natacha estava no local.
Conforme a administração municipal, ela foi detida por desacato, encaminhada para a delegacia, onde foi registrado um termo circunstanciado. Ela foi liberada em seguida. Os proprietários e locatários do local foram multados em R$ 5 mil.
Em 2021, a ex-bailarina entrou com um processo de indenização contra a Prefeitura de Balneário Camboriú. Na ação, à qual o Terra teve acesso, Natacha alegou que havia ido para a cidade para prestar serviços à uma empresa, e seu amigo havia alugado um apartamento, que ficou à sua disposição nos intervalos entre suas atividades profissionais.
Segundo ela, no fim da tarde daquele domingo, 19, após voltar do almoço, se recolheu para dormir, e foi surpreendida com “gritos e pontapés na porta do quarto”, dados por guardas municipais e fiscais da prefeitura, sob o pretexto de coibir uma “festa clandestina”.
A modelo narra ainda que os guardas gritaram: “cadê a dançarina do Faustão e o jogador de futebol, onde eles estão?”, referindo-se à ela. Os GCMs, já dentro do apartamento, exigiram que a entrada no quarto em que a influencer estava. Ela pediu um instante para se vestir, e os agentes ameaçaram prendê-la sem indicar o motivo.
Ainda conforme a sentença, Natacha alegou que o fiscal da prefeitura entrou no cômodo e passou a filmá-la sem seu consentimento, e então, a modelo colocou a mão na frente da câmera. “Contudo, mesmo sem ter ocorrido qualquer resistência de sua parte, dois guardas agressivamente lhe imobilizam e lhe algemaram, com o uso desproporcional de força e agressividade”.
A juíza da Vara da Fazenda, Candida Inês Zoellner Brugnoli, aponta que não havia mandado judicial, nem estado de flagrância e ou foi permitida a entrada dos agentes imóvel. Natacha ainda contou que dois agentes pressionaram seu pescoço com uma “chave de braço”, e após ser imobilizada e algemada, foi colocada no fundo da viatura. Ela foi filmada e teve as imagens divulgadas na web.
Por sua vez, a prefeitura afirmou que a denúncia foi feita, que haviam cerca de 20 pessoas no local, com bebidas alcoólicas e drogas. A administração municipal também alegou que Natacha tentou tomar o celular dos agentes, que os recebeu com hostilidade e que não houve indevida divulgação de imagens.
No processo, ela pediu o valor inicial de R$ 75 mil. Na sentença, a juíza considerou parcialmente procedente e condenou o município ao pagamento de indenização por danos morais por conta da divulgação indevida de imagens. O valor estipulado pela Justiça foi de R$ 20 mil.
Ao Terra, a Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú afirmou que não irá se manifestar em relação a esse caso.
Prisão em SP
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a prisão ocorreu na manhã do último dia 14, na Rua Américo Brasiliense, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Ao todo, foram apreendidos R$ 119.650,00 em espécie, além de quatro celulares, um notebook, duas câmeras fotográficas, dois relógios, um colar, um HD externo e diversos documentos.
Um veículo Mercedes-Benz C300 também foi apreendido no local, mas Natacha teria alegado que o carro era emprestado e o bem aguarda a apresentação do responsável legal.
O mandado de prisão contra Natacha foi expedido pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
A defesa dela publicou uma nota em seu Instagram, alegando que “de forma abusiva e injustificada, ela acabou sendo injustamente envolvida em investigação apenas porque, anos atrás, acabou conhecendo uma das pessoas investigadas”. Os advogados ainda alegaram que a sua prisão foi um “equívoco” e que ela jamais praticou qualquer ato ilícito, direto, indireto ou colaborativo.
A equipe jurídica dela também entrou com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte de prendê-la. O processo foi distribuído no dia 15 de novembro, mas até o momento, não há decisão.