ENTRETENIMENTO
Filha de Mr. Catra brinca sobre divisão de herança e diz como administra interesses dela e dos 22 irmãos: ‘Tem família pequena que briga mais’
A família de Mr. Catra acaba de lançar o primeiro álbum póstumo com criações do artista. Eternizado no funk, o Paizão, que morreu em 2018, emprestou a voz para promessas de hits de samba e pagode. Para que as gravações chegassem ao público, foi preciso que os herdeiros autorizassem. E, mais do que isso, entrassem em um acordo sobre os ganhos. Para esta e outras decisões, os 23 filhos reconhecidos (e mães responsáveis pelos menores de idade) mantêm um grupo no WhatsApp chamado “Família” (e que a foto do cantor é a capa).
— Como inventariante, eu decidi criar o grupo para repassar todas as informações de processo, espólio, para todos ao mesmo tempo. Quando surgem propostas, como esta do novo álbum, também coloco lá, todo mundo discute, a gente entra em consenso, assino e represento todo mundo — diz a segunda filha de Catra, Thamyris Domingues, de 31 anos.
Mas nem sempre entrar em consenso é algo fácil:
— Tem briga como em qualquer outro grupo de família. Mas eu escuto histórias de famílias pequenas que são piores e discutem mais. Apesar dos conflitos, a gente nunca deixa de falar um com o outro. O que prevalece é o clima de união que meu pai sempre pregou e é o que buscamos levar para frente.
O espaço também serve para a troca de figurinhas, quem gosta de mandar áudio e quem é do time de fazer textão.
— A gente gosta de uma fofoca. Naquele chat rola de tudo! Só briga por futebol é que não tem. Praticamente todo mundo é flamenguista. Tem dois ou três que torcem para outro clube, mas ali eles não têm voz (risos) — conta ela.
Thamyris, que é formada em Administração, foi escolhida como a inventariante por ter sido a responsável pela parte financeira do funkeiro ainda em vida. Catra morreu aos 49 anos, orgulhoso de ter deixado mais de 30 filhos (sendo 23 reconhecidos) — ele tratava, na época, um câncer no estômago.
— Era um negócio familiar. Eu estava com 20 anos, meu pai disse que já era hora de eu tomar as rédeas. Afinal, ele não tinha empresário, gravadora. Eram sócios. E tudo resolvíamos entre nós. Hoje, trabalho em uma empresa de qualidade de vida, tenho um trabalho de inclusão de PCDs (pessoas com deficiência), gerencio a carreira da minha irmã e faço meus extras por fora — diz Thamyris, que ainda tem duas filhas: Maria Eduarda, de 10 anos, e Nicole, de 3.
Por isso, ela afirma: esse papo de que ela ficou rica depois da morte do artista não cola!
— Escuto direto: “Você é herdeira, não precisa trabalhar”. Gente, como assim? Herdei o quê tendo 22 irmãos? Nas negociações de direitos e divisões, por exemplo, a gente ganha menos que troco de bala — diz a empresária, aos risos, logo complementando com orgulho a função que assume: — A nossa responsabilidade mesmo é cuidar com carinho da carreira que meu pai tanto gostava. Queremos colocar os lançamentos dele para frente, assim como outros projetos. Tudo para a estrela dele não se apagar.