ENTRETENIMENTO
Imagem mostra Buzeira com espingarda antes de ser preso pela PF em operação

O influenciador Buzeira, detido pela Polícia Federal na última terça-feira, 14, carregou uma espingarda momentos antes da abordagem policial em sua casa, revelou a TV Globo neste domingo, 19. No dia da prisão, ele acordou, percebeu a presença dos agentes, avisou a esposa e foi até um armário, de onde retirou a arma e a municiou.
Em seguida, o influenciador guardou o armamento. Segundo a TV Globo, que revelou imagens que mostram a reação do influenciador após a chegada dos policiais, o vídeo de seis minutos registra também a presença de uma criança no quarto durante toda a cena. A Polícia Federal apreendeu a espingarda e outras três pistolas no imóvel, além de prender o influenciador.
Na ocasião da prisão, a assessoria de Buzeira negou qualquer envolvimento do influenciador com o crime organizado.
Em 2022, Buzeira já havia sido alvo de uma operação da PF sobre supostas irregularidades em rifas e sorteios, considerados ilegais. A polícia apreendeu seus veículos, mas eles foram posteriormente devolvidos. Mesmo assim, o caso seguiu em investigação na 1ª Vara de Crimes Tributários da Barra Funda, em São Paulo.
Buzeira também ganhou destaque em 2023 ao presentear o jogador Neymar com um colar avaliado em R$ 2 milhões.
Buzeira
Bruno Alexssander Souza Silva, o Buzeira, preso na operação da Polícia Federal contra um esquema de lavagem de dinheiro com o uso de bets vinculado ao tráfico internacional de drogas, é conhecido por ostentar nas redes sociais. Ele acumula mais de 15 milhões de seguidores no Instagram.
Nascido em Itaquera, zona leste de São Paulo, ele atua como influenciador digital desde 2020, após ser demitido de uma empresa do segmento de comércio exterior, onde atuava desde 2017. Anteriormente, ele já havia trabalhado no negócio do tio, no mesmo ramo.
Buzeira promovia sorteios e rifas realizadas em seu perfil no Instagram. A fortuna repentina do influenciador chamou a atenção das autoridades, em 2023, por envolvimento no esquema que ficou conhecido como “jogo do bicho por meio digital”. Ele também virou alto da Polícia Civil, que o investiga por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e exploração de jogos de azar.
Operação
As investigações apontam que o grupo criminoso utilizava movimentações financeiras em criptomoedas e remessas internacionais para despistar as autoridades, tentando ocultar a origem ilícita dos valores e à dissimulação patrimonial.
A PF apura ainda que parte desse dinheiro movimentado pelo grupo teria sido enviado para estruturas empresariais vinculadas ao setor de apostas eletrônicas, as chamadas BETS.
Foram apreendidos carros de luxo, dólares em espécie e um relógio. Ainda segundo a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional.
Em nota, a defesa dele afirmou que ainda não teve acesso integral aos autos da operação e que, nesse momento, é prematuro qualquer julgamento ou ilação. Ainda segundo o advogado Jonas Reis, que representa o influenciador, não há, até o presente momento, qualquer elemento concreto que comprove o envolvimento do influenciador em atividades ilícitas.
“Bruno é trabalhador, possui residência fixa, fonte de renda lícita e atua há anos de forma pública nas redes sociais, sendo reconhecido nacionalmente por sua atividade profissional como criador de conteúdo digital. […] Reiteramos o pedido de respeito à presunção da inocência, ao devido processo legal e à imagem do investigado, evitando-se especulações e julgamentos precipitados”, finaliza.
De acordo com a PF, a Operação Narco Bet é um desdobramento da Narco Vela, realizada em abril deste ano, que teve como objetivo conter o tráfico internacional de drogas com veleiros e embarcações particulares, a partir do litoral brasileiro.
