ENTRETENIMENTO
João Gordo e mulher processam GNT por plágio após estreia do programa de Ana Clara
João Gordo e a mulher, Vivi Torrico, entraram com dois processos contra o canal GNT por plágio por conta do novo nome do programa de Ana Clara, “Panelaço Ao Vivo”, que estreou recentemente no canal. Em conversa exclusiva com o Terra Degusta, Vivi explicou que apesar de não terem registrado o nome, João apresenta o programa “Panelaço” em seu canal do Youtube desde 2014.
“A gente já entrou com dois processos, um por plágio, outro pelo nome. Vai fazer 10 anos que temos o ‘Panelaço’, foi um conceito desenvolvido depois do ‘cacerolazos’ que acontecia na Argentina, são manifestações populares, na maioria das vezes reivindicando algum direito. Pensando no que a gente queria transmitir, que era toda a filosofia vegana, a gente pensou nesse nome, até porque sou argentina e vivenciei muito essa época de ‘cacerolazos'”, explica.
Desde que o programa de Ana Clara estreou, João Gordo foi às redes sociais protestar. “É normal pra vocês roubar o programa das pessoas @canalgnt? Meu programa #panelaço existe desde 2014 … nome e formato hahahah Nunca ouviram falar? João Gordo underground não pega nada? Original pra caralho a idea de vocês”, escreveu o músico no Twitter.
‘Falta de criatividade’
Segundo a apresentadora, a ideia do programa partiu de Boninho e as gravações começaram em abril deste ano. A Globo registrou a marca como ‘Panelaço Ao Vivo’ em agosto deste ano, enquanto o canal no YouTube de João Gordo, que existe há nove anos, não tem registro. A reportagem procurou a assessoria do GNT para saber se pretendem se manifestar sobre as reclamações de João Gordo, mas não teve retorno até o momento.
“A gente usa o nome ‘Panelaço’ antes de ser um nome popular. Em 2014, a gente não tinha a peste do bolsonarismo, que acabou tornando essa palavra famosa. Nosso primeiro programa do ‘Panelaço’ foi com o Alex Atala, a gente fez questão de trazê-lo porque era um programa de gastronomia, vegana, mas gastronomia e a gente queria ter um nome de peso”, explicou Vivi.
“É muita sacanagem, uma falta de criatividade enorme e uma falta de empatia também porque o Panelaço acabou virando loja depois, um centro cultural. Do Panelaço saiu o projeto Solidariedade Vegan, que já distribuiu mais de 250 mil marmitas veganas. Nós somos criadores no underground e fazemos as coisas com o coração, pelo estilo de vida que a gente leva há muitas décadas”, desabafa.
A mulher de João Gordo disse que apesar de terem acionado na Justiça, acredita que se não está registrado no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), não tem validade. “Estamos pleiteando isso, temos muitas provas que demonstram que a gente fazia uso anterior do nome, mas para a lei provavelmente a gente não ganhe a parte do nome. A gente não fez o registro porque na época e hoje também era R$ 10 mil o registro, é um valor que não temos disponíveis para isso”, diz.
Vivi Torrico falou ainda que sempre que lançam um novo projeto pesquisam antes se já tem algum com um nome parecido para evitar o que aconteceu agora no GNT. “O Panelaço é uma marca registrada por uma indústria de arroz, entramos em contato com eles na época e eles falaram que não tinha problema para o que a gente estava fazendo, estava beleza. Era o registro para alimentos secos, a gente tem essa delicadeza, é absurdo que uma empresa como a Globo não tenha”, disse.
Ela ainda afirma que procuraram a Globo para falar sobre o nome, mas não tiveram retorno e o advogado do casal também enviou uma carta extrajudicial sem retorno da empresa até o momento.
“A gente queria que eles não usem a marca e se quiserem usar, pelo menos que comuniquem. E pedimos indenização na Justiça pelo plágio do programa”, conclui.