Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
RIO BRANCO
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

ENTRETENIMENTO

José Roberto Guzzo, jornalista e colunista do ‘Estadão’, morre aos 82 anos

Publicado em

José Roberto Dias Guzzo, jornalista e colunista Foto: Reprodução | X

O jornalista e colunista do Estadão José Roberto Guzzo morreu na manhã deste sábado, 2, aos 82 anos. Guzzo foi vítima de um infarto. Segundo a família, ele já sofria de problemas crônicos coronários, pulmonares e dos rins. O enterro será realizado no Cemitério de Congonhas, em São Paulo.

“Estou muito triste porque hoje morreu senão o maior e melhor jornalista de todos os tempos, um dos maiores e melhores jornalistas que o Brasil já teve”, disse Roberto Guzzo, filho dele.

Guzzo estava trabalhando normalmente nos últimos dias e nesta sexta havia mandado para o Estadão sua coluna que seria publicada neste sábado no portal (e no domingo no jornal impresso). Ele também assinava outra coluna semanal, publicada às quartas-feiras exclusivamente no digital.

Continua depois da publicidade

Guzzo era colunista do Estadão desde junho de 2021. Sua última coluna foi publicada neste sábado, 2. O texto foi escrito e enviado à redação na sexta, prática rotineira do jornalista, que também escrevia às quartas-feiras. No texto, o jornalista opina que “o governo brasileiro decidiu que [o ministro Alexandre de] Moraes, cujas decisões e conduta são o verdadeiro motivo pelo qual os americanos adotaram as sanções, está acima das obrigações humanas, como os arcanjos e os profetas. O Brasil é o ministro. O ministro é o Brasil”.

Guzzo escreveu colunas para o Estadão seguindo esse tom: crítico ao governo Lula e à atuação do STF.

O jornalista é fundador da revista Oeste, autodefinida como uma revista conservadora “na sua visão da política, da vida e da sociedade”. “Ser conservador, em nosso entendimento, é defender claramente que as coisas boas sejam conservadas”, escreveu o próprio Guzzo, ao definir o compromisso da Oeste com o leitor. A primeira edição da Oeste foi publicada em março de 2020.

Carreira

Guzzo iniciou sua carreira como repórter do jornal Última Hora de São Paulo, em 1961. Cinco anos depois, foi trabalhar no Jornal da Tarde, que acabara de ser lançado pelo Grupo Estado, do qual foi correspondente em Paris.

Foi na Editora Abril, porém, que Guzzo trabalhou a maior parte da carreira. Em 1968, fez parte da equipe fundadora da Veja, como editor de Internacional, e depois foi correspondente em Nova York. Cobriu a guerra do Vietnã e acompanhou a visita pioneira do então presidente americano, Richard Nixon, à China, em 1972. Foi o único jornalista brasileiro presente ao encontro de Nixon com o líder chinês Mao Tsé-Tung.

Continua depois da publicidade

Em 1976, aos 32 anos, Guzzo assumiu a direção da Veja, que ocupou até 1991. Neste período, a publicação saiu do vermelho e sua circulação passou de 175 mil exemplares para quase 1 milhão, o que a levou ao quarto lugar no ranking das maiores revistas semanais de informação do mundo, atrás apenas das americanas Time e Newsweek e da alemã Der Spiegel. Por sua habilidade de transformar um texto enfadonho em algo agradável de ler apenas com retoques pontuais, ganhou o apelido de “mão peluda” na redação.

Em 1988, passou a acumular a direção da Veja com o cargo de diretor-geral da Exame, encarregado de reinventar a revista. Deixou a Veja em 1991, encerrando um ciclo na revista. Depois de um ano sabático, voltou à ativa, dedicando-se exclusivamente à Exame, primeiro como diretor editorial e depois como publisher. Nos 11 anos em que esteve à frente da revista, transformou-a na publicação mais rentável, em termos relativos, da Abril.

Propaganda
Advertisement