ENTRETENIMENTO
Justiça determina leilão de dois carros de luxo de Nego Di avaliados em R$ 500 mil

Dois carros de luxo do humorista e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, serão leiloados após determinação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Os veículos são avaliados em pouco mais de R$ 500 mil e fazem parte de um processo de alienação de bens contra o influenciador.
A ação está em segredo de justiça. No entanto, o Terra conseguiu confirmar que os veículos são de Nego Di após uma pesquisa no Supremo Tribunal de Justiça (STF). Ele e a esposa, Gabriela Vicente De Sousa, entraram com agravo em recurso especial contestando a decisão da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
Conforme consta no edital, os automóveis foram avaliados em R$ 508.851,90 em agosto. O leilão ocorrerá no dia 5 de novembro deste ano, a partir das 14h. No entanto, caso não sejam arrematados, o segundo deve ocorrer em 12 de novembro, no mesmo horário.
Os bens são:
Lote 1 – veículo RAM Classic Laramie, ano 2022, cor vermelha, em excelente estado de conservação e blindagem Casco nível III-A, avaliado em R$ 245.583,90.
Lote 02: Veículo Range Rover Velar 2.0 P250 R-Dynamic SE, ano 2018, cor branca, em excelente estado de conservação, avaliado em R$ 263.268,00.
O Terra procurou a defesa de Nego Di, mas não teve retorno até o momento.
Rifas ilícitas
Ele e a esposa foram denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso, além de contravenção penal de promoção de loterias na modalidade de rifas digitais.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRS apurou que o humorista obteve, por meio de rifas ilícitas, cerca de R$ 2,5 milhões, referentes a mais de 300 mil transferências bancárias.
Na denúncia de estelionato, o órgão diz que o influenciador teria promovido, de forma fraudulenta, a rifa eletrônica de uma Porsche Macan e R$ 150 mil em dinheiro. Ele teria publicado vídeos e utilizado outros meios para induzir as vítimas.
Neste caso, Nego Di ainda teria, de forma deliberada, transferido o veículo para terceiros, adquirido o próprio número sorteado e publicado um vídeo anunciando um vencedor fictício para o prêmio.
O casal também foi denunciado por lavagem de dinheiro, no valor de R$ 2,5 milhões, por atos cometidos entre novembro de 2022 e maio deste ano. Eles teriam, inicialmente, destinado valores de rifas para contas de terceiros e, depois, utilizado a quantia para a aquisição de veículos de luxo, imóveis na Capital, na Serra e no Litoral gaúcho, além de gastos ordinários em benefício próprio.
Por fim, a denúncia de uso de documentos falsos por parte de Nego Di é referente à quando ele publicou um comprovante de uma suposta doação de R$ 1 milhão para uma campanha solidária para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul. No entanto, a operação verdadeira era de apenas R$ 100.
Condenado por estelionato
Em junho, Nego Di foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por estelionato. A decisão da juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, no Rio Grande do Sul, refere-se a uma investigação sobre a venda de televisões, ar-condicionados e iPhones abaixo do valor pela loja Ta di Zuera que nunca foram entregues. Além disso, a dupla não estornou os valores.
Ao todo, a condenação abrange 16 vítimas. A conta empresarial recebeu mais de R$ 5 milhões com o estelionato. Além dele, seu então sócio, Anderson Bonetti, também foi condenado pelo mesmo crime.
O humorista poderá recorrer da decisão em liberdade, desde que cumpra as medidas cautelares estabelecidas, como a de não acessar redes sociais. Bonetti, por sua vez, seguirá em prisão preventiva. Ambos foram presos em julho de 2024, sendo que a Nego Di foi concedido um habeas corpus e responde em liberdade desde novembro.
Na época, a defesa de Nego Di afirmou em nota que reforça que o influenciador nunca foi sócio de Bonetti e não participou da gestão da plataforma, tendo apenas sua imagem usada para promover a empresa. Além disso, afirma que Nego Di teria ressarcido as vítimas durante a ação penal e que o processo possui “parcialidade”.
