O cancelamento da luta entre Naldo Benny e Popó ainda está rendendo bastante. Após o cantor e o lutador trocarem farpas nas redes sociais, o mestre do artista, conhecido como Galego, que fez a preparação dele em São Paulo, falou sobre a decisão de suspender o embate e esclareceu o que motivou tudo. Naldo também conversou com esta colunista e falou sobre o caso.
“Houve motivos contratuais que eu não curti. E um contrato, um negócio, é feito quando as duas partes concordam. Quando não, não tem contrato, não tem trato feito. E eu não concordei, não achei que estava legal pra mim. Por isso não teve”, afirmou Naldo
Em um vídeo postado no Instagram, Galego explicou: “Você quer por que o Naldo não lutou? Eu vou te contar. Eu fui uma das pessoas que o incentivou a não lutar. Eu falei pra ele que, de maneira responsável, ele não poderia se colocar nesse ringue”, começou ele.
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Em seguida, o treinador afirmou: “Quem é atleta sabe o quão duro é e saberia que ele estaria colocando em risco a própria vida, mesmo porque ele é um menino que, embora tenha vivido uma vida sempre da correria, ele nunca tomou um soco na cara. Imagina que a gente treinando ele ainda não tinha essa experiência, não conseguia me bater. Isso é forjado durante anos, não se forja atletas em três meses”, afirmou Galego.
E completou: “Seria uma irresponsabilidade sem tamanho ele lutar contra um campeão da magnitude do Popó. Ele não iria fazer um entretenimento porque chega uma hora da luta que são dois homens, um querendo arrancar a cabeça do outro. E eu falei pra ele ter precaução, que não seria o momento adequado pra isso, que ele não poderia se dedicar o quanto necessitaria”, garantiu.
Galego, então, continuou avaliando seu aluno: “Ele é um homem que não tem medo. Ele ia chegar, tomar porrada, podia cair, apagar. Mais a questão é: e uma sequela? Tomar um soco na cara, cair e não poder mais sustentar e fazer aquilo que ele faz. Então, tem coisas que existem limites. Ali é lugar para pessoas que são especialistas, que treinaram e forjadas para isso. Ringue não é lugar para qualquer pessoa”, declarou.
O mestre recordou a luta de Popó com o humorista Whindersson Nunes: “O Whindersson é um caso à parte, ele se dedicou demais. Ele não treinou três meses pra lutar. Aquelas pessoas que queriam vê-lo, que estão chamando de ‘arregão’, é o mesmo cara da escola que ficava brincando e nunca teria coragem de subir no ringue”, contou, antes de continuar:
“A questão vai muito além disso, vai aqui (apontando para a cabeça). Todos nós enfrentamos uma luta diariamente. Você está enfrentando uma luta aí, encare suas lutas, encare de frente, não temas, mas faça por merecer. Use o exemplo dele, vai lá, corra atrás e batalhe. Saiba que tem lutas que não se deve lutar, tem lutas que não é vergonha falar que não deve fazer”, disparou.
E questionou: “Como um cara treinando três meses pode pegar um homem da magnitude do Popó? Por mais que não tenha atingido o ápice do treino de luta, ele já viu um pouquinho do que seria. Quando você encara a realidade, coloca as coisas em cima da mesa e fala ‘deixa eu ver se vale ou não a pena’. Sem mencionar as questões contratuais, que não havia nenhuma lógica”.
Galego, então, finalizou: “Parabéns por encarar essa realidade, meu mano. Parabéns pela sua hombridade de assumir essa impossibilidade de encarar um adversário em cima de um ringue. De fato, não tinha outra possibilidade além de você ser massacrado em cima de um ringue. E não é pra isso que o esporte foi criado. Você não ia conseguir treinar o suficiente. Daqui a um tempo, existe a possibilidade, sim, você é um cara determinado em tudo o que faz. Então, avance, vamos pra cima, estamos juntos!”.
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